sábado, 26 de novembro de 2011

Personagens com Aids na novela Vidas em Jogo levantam debate sobre a doença

No capítulo desta terça-feira (22) da novela Vidas em Jogo (Record), a poderosa Regina - personagem da atriz Beth Goulart - vai sofrer um baque. A empresária saberá, enfim, o resultado de seu exame de Aids. E as notícias não são nada boas: ela é diagnosticada como portadora do vírus HIV.

Com a vilã, sobe para três o número de soropositivos na trama de Cristianne Fridman, já que o miliciano Cléber (Sandro Rocha) e a milionária Andrea (Simone Spoladore) também têm a doença. É o salafrário Cléber, aliás, quem está disseminando a Aids entre as personagens (ele é amante de Regina e violentou a ex-taxista).

Presidente da ONG paulistana Grupo de Apoio à Prevenção à Aids (Gapa), Áurea Abade, em entrevista ao R7, considera importante a abordagem do tema na novela da Record.

- Ajuda muito na nossa luta pela conscientização da Aids e para tentar combater o preconceito que ainda persiste na sociedade. Sempre é bom falar sobre a doença. E quando se fala numa novela, as pessoas prestam mais atenção. É importante saber que há tratamento e se saber sobre os meios de prevenção também.

Áurea diz ainda que Vidas em Jogo ajuda a manter a doença na mídia, já que desde o Carnaval o governo federal não fez campanha alguma sobre Aids.

- O ideal seria termos mais campanhas, mas a novela serve para alertar. Estamos em novembro e não teve outra campanha do governo federal desde o Carnaval. É sempre assim: às vésperas do Dia Mundial, em 1º de dezembro, e no Carnaval. Depois acaba. Só que a doença está aí o ano todo!

Assim que abrir o resultado do exame, Regina vai se desesperar. Descontrolada, a empresária tentará se matar. Áurea disse que a reação intempestiva é comum.

- O desespero ainda é muito grande. Mesmo hoje, com os tratamento, a doença é vista como uma sentença de morte. O ideal é fazer um pré-teste, com muita informação, explicando-se o tratamento, para só depois fazer um novo exame. Se der positivo, o paciente tem que ser encaminhado imediatamente para aconselhamento psicológico, caso não se sinta seguro para assumir a doença para ele mesmo e para os amigos, parentes e companheiro ou companheira. O paciente tem que se aceitar para procurar mais informação.

A discriminação, aponta Áurea, ainda existe.

- Principalmente no ambiente de trabalho. Muitos soropositivos ainda são demitidos por conta da doença. Mas desde 1988 conseguimos a reintegração de funcionários na Justiça.

Os espectadores da trama também aprovam a abordagem do delicado tema. O securitário carioca Oduvaldo da Silva, de 59 anos, acha importante falar sobre Aids numa novela.

- A novela tem tratado o tema como se fosse na vida real e tem conseguido passar o suspense que a Regina está enfrentando enquanto não sabe o resultado, por exemplo. É interessante esse debate. A Aids está aí, é real, de verdade. Agora, como a Regina faz muita maldade com todo mundo, o público está torcendo para ela estar contaminada.

Já a professora aposentada Maria Lima, de 64 anos, está triste com o diagnóstico de Regina.

- Mesmo aprontando muito, ninguém merece ter esta doença, que ainda não tem cura. Acho que ela merecia outro castigo. Apesar disso, gosto da forma, bem real, com que o drama dos portadores da Aids é mostrado na novela.

Fonte: R7

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