sábado, 28 de maio de 2011

História Natural da Infecção pelo HIV

Introdução


A infecção pelo HIV, como outras doenças, segue um padrão de comportamento clínico e laboratorial que é definido como sua história natural e, para fins didáticos, é dividida em 3 fases:  síndrome retroviral aguda (ou fase aguda), fase assintomática e fase sintomática (esta se sub-divide em precoce e tardia ou avançada). A variabilidade individual é grande, e depende de vários fatores, como categoria de exposição, resistência do hospedeiro, patogenicidade do vírus, mutações, resposta imune específica, e o uso de estratégias de tratamento, nas diversas fases. Desta forma, esta evolução não ocorre de forma idêntica  para todos os pacientes, assim como os sinais e sintomas da fase aguda, que são inespecíficos e comuns à outras patologias, não definem o diagnóstico de contaminação pelo HIV.

Na ausência de terapia anti-retroviral, esquematicamente, a história natural da doença seria desta forma:


Dentro desta variação, e na ausência de intervenção terapêutica, 4% dos pacientes podem desenvolver Aids após 3 anos de contaminação, 15% não terão desenvolvido doenças definidoras em 20 anos e 50% estarão na fase sintomática após 10 anos. O desenvolvimento de de drogas anti-retrovirais potentes,, assim como profilaxias de infecções oportunistas, alterou significativamente este quadro, modificando a história natural da doença e melhorando a qualidade e tempo de vida dos portadores do vírus HIV.

  
Fase Assintomática:

Neste período, os indivíduos infectados podem apresentar linfadenopatia generalizada persistente, e/ou nenhuma manifestação clínica ligada à infecção pelo HIV. Esta fase pode durar, em média, 8 a 10 anos. Mesmo não ocorrendo sintomas clínicos ligados à presença do HIV a replicação viral ocorre, Nesta fase é muito importante que se faça o diagnóstico da infecção pelo HIV pois o diagnóstico precoce permita a introdução oportuna do tratamento melhorando os resultados da terapia. Após o diagnóstico o acompanhamento clínico e laboratorial deve ser regular (incluindo os exames laboratoriais específicos como CD4/CD8 e PCR-RNA do HIV (carga viral), para monitoramento.

Fase sintomática:

Esta fase reflete a progressiva  deterioração do sistema imunológico, que ocorre se não houver intervenção terapêutica, no momento indicado. Este declínio é constatado laboratorialmente pela queda dos níveis de CD4
A fase precoce é caracterizada por manifestações clínicas que podem surgir em indivíduos com imunodeficiência inicial, e são chamadas de sinais de alerta ou manifestações iniciais.

São elas:

·        perda progressiva de peso
·        febre intermitente
·        sudorese noturna
·        herpes zoster e outras infecções ou afecções de pele e mucosas como leucoplasia pilosa, furunculose, onicomicoses, candidíase oral, dermatite seborreica, molusco contagioso, etc.
·        diarréia persistente, sem causa aparente
·        outras manifestações como adenite tuberculosa (que pode ser a primeira manifestação clínica da infecção pelo HIV), síndrome consumptiva, infecções de repetição por S. pneumoniae (incluindo otites ou sinusites, além de pneumonia) e infecções por Salmonella spp.

Estas manifestações podem ocorrer isoladamente, seqüencialmente ou simultaneamente.

Na fase sintomática avançada, ocorrem as infecções oportunistas e/ou neoplasias relacionadas:

As mais freqüentes são:

·        pneumonia por Pneumocystis carinii
·        toxoplasmose cerebral
·        retinite por citomegalovíris (CMV)
·        candidíase esofágica
·        criptosporidiose
·        linfoma cerebral
·        sarcoma de Kaposi
·        leucoencefalopatia multifocal progressiva

Em resumo, a história natural da infecção pelo HIV segue, habitualmente, a seguinte seqüência de eventos:

1.     Transmissão do vírus

2.     Infecção primária pelo HIV  (síndrome retroviral aguda)

3.     Soroconversão

4.     Infecção crônica assintomática

5.     Infecção sintomática (“Estágio B”)- manifestações iniciais

6.     Aids (doenças definidoras ou CD4<200 células)

7.     7-Infecção avançada (CD4<50 células)(Patogênese da Infecção pelo HIV e Aids- Robert Mellors)

Certamente, e como já foi dito, a introdução da terapia anti-retroviral potente mudou o curso desta história, principalmente quando o diagnóstico é feito precocemente, o tratamento adequado é feito no momento certo, e o paciente tem adesão completa às recomendações.


sábado, 14 de maio de 2011

Remédios reduzem transmissão do HIV entre parceiros, diz estudo

Proteção a parceiros não infectados foi testada em 11 antirretrovirais.
Pesquisa foi conduzida pelos Institutos de Saúde dos Estados Unidos.

Um grande estudo clínico conduzido pelos Institutos de Saúde (NIH, na sigla em inglês), o principal órgão do governo norte-americano no setor, mostrou que o uso de remédios antirretrovirais por portadores de HIV, o vírus responsável pela Aids, reduziu o risco de contaminação dos parceiros não infectados. O dado é válido para pessoas que receberam os medicamentos enquanto mantinham um sistema imunológico saudável.

A conclusão dos pesquisadores é que o uso precoce de antirretrovirais impede a transmissão entre parceiros para 96% dos casos.

Como foi feita pesquisa
Para participar do estudo, os portadores - 890 homens e 873 mulheres - deveriam ter de 350 a 550 células de defesa por milímetro cúbico. Esse número indica a saúde do sistema imunológico dos soropositivos. Já os parceiros, todos inicialmente não afetados pelo HIV, fizeram testes para verificar se estavam livres do vírus 14 dias após aceitarem participar da pesquisa.

Droga Dose
Atazanavir 300 mg (por dia)
Didanosina 400 mg (por dia)
Efavirenz 600 mg (por dia)
Emtricitabina + tenofovir 200 mg + 300 mg (por dia)
Lamivudina 300 mg (por dia)
Lopinavir + ritonavir 800 mg + 200 mg (por dia)
Nevirapina 200 mg (por dia e depois a
Ritonavir* 100 mg (por dia)
Estavudina depende do peso do soropositivo
Tenofovir 300 mg (por dia)
Zidovudina + lamivudina 150 mg + 300 mg (2 vezes ao dia)

* Usada apenas para intensificar o efeito do atazanavir
Os investigadores separaram os casais em dois grupos. No primeiro, os portadores do vírus começaram a tomar remédios 60 dias depois do início do estudo. Já no segundo, os soropositivos começaram a terapia tardiamente, somente depois da contagem de células de defesa ficar abaixo de 250 por milímetro cúbico no sangue ou quando uma doença os afetava, como no caso da pneumonia pneumocística - doença causada pelo micro-organismo Pneumocystis carinii.

Ao todo, foram usados 11 medicamentos (veja lista acima), em diversas combinações. Do total de casais, apenas 39 parceiros foram infectados. A transmissão entre os membros do casal ficou provada em 28 casos. Sete pessoas adquiriram o vírus de outra forma e 4 casos ainda aguardam análise.

No caso das 28 transmissões do portador para o parceiro inicialmente não infectado, 27 ocorreram no grupo que começou a receber antirretrovirais tardiamente. Houve apenas um caso de contaminação do parceiro por um soropositivo que recebeu remédios desde o início do estudo.

Durante todo o estudo, os participantes receberam orientações sobre como se proteger contra doenças venéreas, aconselhamentos e camisinhas grátis. Houve 23 mortes durante a pesquisa.

Vacina contra Aids apresenta resultado promissor em macacos

Por Julie Steenhuysen e Kate Kelland

CHICAGO/LONDRES (Reuters) - Uma vacina experimental ajudou macacos portadores de uma variação do vírus da Aids a controlarem a infecção durante mais de um ano, o que pode levar a uma vacina para humanos, disseram pesquisadores dos EUA na quarta-feira.

Eles afirmaram que a vacina prepara o sistema imunológico para atacar rapidamente o vírus HIV quando ele entra no organismo, momento em que o vírus é mais vulnerável.

Louis Picker, pesquisador do Centro Nacional de Pesquisas com Primatas do Oregon, cujo estudo foi publicado na revista Nature, disse que um teste da vacina em humanos possivelmente poderá ser feito dentro de três anos.

Testes da vacina com uma versão do vírus em macacos, o chamado vírus da imunodeficiência símia, mostrou que mais de metade dos animais foram capazes de impedir a replicação do vírus, de modo que nem mesmo os testes mais precisos puderam detectar traços da contaminação.

Mais de um ano depois da administração da vacina, a vasta maioria dos macacos manteve o controle sobre a doença.

'Sentimos que (a vacina) tem uma possibilidade de manter o vírus sob completo controle, ou de eliminar o vírus', disse Picker.

Ele e seus colegas usam um vírus relativamente inócuo, chamado citomegalovírus (CMV), como veículo da vacina experimental para o organismo. Fizeram isso porque os cientistas consideram que a maioria das pessoas já está infectada pelo CMV, que permanece no organismo durante a vida toda, mas em geral causa poucos ou nenhum sintoma.

Picker explicou que, sendo o vírus persistentemente presente, ele mantém o sistema imunológico em alerta, pronto para atacar o vírus assim que ele entra no organismo.

'O que é animador nessa descoberta é que pela primeira vez uma vacina candidata foi capaz de controlar totalmente o vírus em alguns animais', disse Wayne Koff, cientista-chefe da Iniciativa Internacional da Vacina da Aids, que ajudou a financiar o estudo.

Atualmente, não existe cura para a Aids, mas coquetéis de medicamentos são capazes de manter a doença controlada por muitos anos.

O vírus HIV, causador da Aids, está presente em cerca de 33,3 milhões de pessoas no mundo todo, segundo a Unaids (agência da ONU para a Aids). Ele já matou mais de 25 milhões desde que surgiu, há cerca de 30 anos.

Laboratórios e cientistas do mundo todo vêm pesquisando diversas possibilidades de desenvolver uma vacina.

'A novidade aqui é usar uma vacina por administração viral que persiste - essencialmente usando um vírus manipulado para coibir um vírus patogênico', disse Robin Shattock, professor de imunidade e infecção das mucosas do Imperial College, de Londres, que não participou do estudo.

'Antes disso (...), os cientistas haviam praticamente desistido da ideia de uma vacina que possa controlar a replicação do HIV, (mas) isso a coloca firmemente de volta na pauta.'

Picker disse que o próximo passo é produzir uma versão atenuada do CMV, para assegurar que ele não cause efeitos colaterais.

Pesquisa mostra que pacientes com AIDS têm menos chances de transmitir o vírus

Teste para hepatite C é obrigatório em pacientes HIV

No Brasil, o Ministério da Saúde estima que existam 3 milhões de pessoas infectadas pelo vírus da hepatite C (VHC). Só na capital paulista são 140 mil. Já há sete vezes mais portadores do vírus C do que gente vivendo com HIV/Aids. E para alertar ainda mais: o VHC como também é chamado o vírus deste tipo de hepatite, só foi identificado em 1992. Antes disso, inúmeras pessoas podem ter adquirido o vírus (transfusão de sangue, injeção não descartável, navalhas, alicates de unha, tatuagem, piercing, escova de dente e cortadores de barba compartilhados). Comparativamente, a resistência do VHC é bem maior que a do HIV. O vírus da hepatite chega a sobreviver 72 horas fora do corpo e em quantidades reduzidíssimas de sangue, aumentando os riscos de alguém se infectar em consultório de dentistas e ambientes hospitalares.

A estimativa do Ministério da Saúde é que do total de infectados quase 80% não sabem da infecção, e entre os que descobriram, mais de 40% não imaginam como contraíram a enfermidade. A manifestação da hepatite C pode demorar de 20 a 30 anos e, quando isso ocorre, a maioria já está próximo da cirrose ou do câncer de fígado. A testagem indiscriminada está descartada já que os serviços de saúde não teriam condições de lidar com tamanho número de portadores do vírus. A idéia é incentivar para testes pessoas que acreditam ter sido expostas ao vírus.

Em São Paulo, a Secretaria da Saúde vem distribuindo folhetos com informações sobre as hepatites B e C, formas de contágio, cuidados a serem tomados e relaciona os serviços que podem fazer o diagnóstico na cidade. Com base em dados do Pro-Aim (programa da prefeitura que monitora as causas de morte), de 1996 a 2003, as mortes por hepatites virais ocupam o terceiro lugar na faixa de 15 a 65 anos, depois das doenças do coração e das mortes violentas.

A porcentagem de infectados passa de 1,42%, na população paulistana em geral, para 3,5%, entre aqueles acima de 60 anos. Os transplantes, muitas vezes a única esperança para pacientes, estão entre as prioridades. Equipes estão sendo treinadas em sete hospitais para agilizar e aumentar as doações de órgão. No Paraná, por exemplo, todas as unidades básicas de saúde fazem a triagem sorológica.

O exame para o vírus da hepatite C poderia ter sido adotado pelo governo em conjunto com o teste para HIV há dez anos, segundo ONGs que lutam pelo direito aos medicamentos na rede pública, muitas delas criadas nos últimos anos. "Não há campanhas governamentais suficientes", salienta Sidnei Moura Nehme, 58, que preside a ONG Transpática, de São Paulo. "Cerca de 80% das infecções, sobretudo entre os mais velhos, foram causadas por transfusões", diz Jeová Pessin, presidente do Grupo Esperança, de Santos/SP.

O Interferon, associado à Ribavirina, era a medicação oferecida pelo Estado. O surgimento do Interferon Peguilado, que elevou a R$ 5.000 o custo mensal do tratamento, limitava-se aos portadores da hepatite C do genótipo 1. Hoje, segundo as ONGs, a Justiça também garante essa medicação a portadores do genótipo 2 e 3. Os testes, necessários para o acompanhamento da medicação, também estariam em vias de serem normalizados.

O HIV e a co-infecção com o vírus da hepatite C

Pesquisas na Europa e nos Estados Unidos indicam que 75% dos usuários de drogas intravenosas positivos para o HIV eram também para o vírus da hepatite C. Entre os homossexuias positivos para HIV, 5% a 10% eram portadores do VHC. Um estudo realizado na região de Campinas (SP), mostrou que 100% dos usuários de drogas injetáveis com Aids são positivos para VHC.

As justificativas para tratar o VHC em soropositivos para HIV são várias:

Muitos apresentam níveis plasmáticos do VHC-RNA elevados, maiores taxas de progressão da fibrose e evolução mais acelerada para a cirrose hepática. Aumentam, assim, a morbidade e a mortalidade pelo VHC.
É também maior a transmissibilidade do VHC, inclusive pela gestante co-infectada. A imunodeficiência aumentaria a concentração de VHC no plasma, facilitando sua transmissão sexual. Normalmente, a transmissão sexual é baixa - responde por apenas 5% dos casos de hepatite C.
O VHC, por sua vez, aumentaria o risco de progressão para Aids e óbitos.
O VHC também dificultaria a reconstituição imunológica em pacientes que recebem TARV e aumentaria o risco de hepatotoxicidade por esses medicamentos. A hepatotoxicidade ocorre em 6% a 9% dos pacientes co-infectados que recebem TARV e em 9% a 18% daqueles que usam inibidores da protease.
É obrigatória, portanto, a pesquisa do anti-VHC em todos os HIV positivos. Confirmada a infecção, é imprescindível a biópsia hepática antes de se iniciar o tratamento, porque:

Fornece dados confiáveis sobre a extensão da doença, permitindo traçar um prognóstico mais preciso para o paciente;
Revela informações sobre o grau de esteatose e a presença de esteatohepatite;
Permite avaliar a ocorrência de hepatotoxicidade da terapia anti-retroviral potente (TARV);
Torna possível o diagnóstico de outras doenças incidentes no HIV positivo, como tuberculose, linfomas e doenças causadas por fungos.
Em conseqüência disso, nos Estados Unidos e na Europa tem aumentado o número de internações por insuficiência hepática grave em pacientes HIV-positivos, embora tenha diminuído o número de internações decorrentes de infecções oportunistas. A insuficiência hepática é a principal causa de morte, atingindo de 10% a 15% dos pacientes co-infectados.

Tratamento para indivíduos co-infectados

À exceção de gravidez, intercorrências cardíacas ou renais importantes, cirrose descompensada e malformação fetal, os demais indivíduos co-infectados podem ser tratados da hepatite C. O tratamento está indicado nas seguintes situações:

CD4 acima de 200 células/mm3 e infecção pelo HIV estável, em uso ou não da TARV.
CD4 acima de 500 células/mm3, independentemente da carga viral.
CD4 maior que 200 células/mm3, com carga viral baixa (geralmente inferior a 10.000 cópias/ml) e doença (HIV/Aids) estável por, pelo menos, seis meses.
O sucesso do tratamento está diretamente ligado à contagem de linfócitos CD4. Por isso, sempre que possível, deve-se priorizar o tratamento da infecção pelo HIV, deixando para iniciar o da hepatite C quando o paciente estiver clinicamente estável e com bom estado imunológico.

Outros cuidados fundamentais:

Como a terapia geralmente combina interferon-alfa-2a ou alfa-2b com ribavirina, para iniciá-la, a hemoglobina deve ser superior a 11 g/dl, os neutrófilos acima de 1.500/mm3 e as plaquetas maiores que 60.000/mm3;
Alertar toda mulher a evitar a gravidez durante o uso da medicação e até seis meses após a sua suspensão, devido aos efeitos colaterais da ribavirina. Quanto à duração do tratamento, em geral se recomenda tratar por 12 meses os pacientes infectados pelos genótipos 1, 4, 5 ou 6 e por seis meses os portadores dos genótipos 2 ou 3. Alguns grupos têm proposto tratar também por 12 meses quem tem os genótipos 2 ou 3, principalmente nos casos de fibrose avançada ou cirrose hepática.
A pessoa HIV-positiva com hepatite que negativar o VHC-RNA ou apresentar queda da carga viral do VHC acima de 2 logs na 12ª semana de tratamento terá maior probabilidade (56%) de permanecer negativo seis meses após o fim do tratamento. No entanto, mesmo utilizando interferon peguilado, a queda da carga viral do co-infectado é mais lenta do que nos monoinfectados pelo VHC. A resposta virológica sustentada nos co-infectados varia de 25% a 35%, bem inferior à constatada nos imunocompetentes. Para se obter bons resultados, é fundamental a estreita monitorização dos parâmetros hematológicos, bioquímicos e virológicos durante o tratamento.

O que é hepatite?

Hepatite é uma inflamação no fígado que pode comprometer o seu funcionamento. Existem vários tipos. As mais comuns são as causadas por vírus, mas existem as hepatites provocadas por agentes tóxicos (substâncias químicas e drogas), medicamentos e álcool.

Quais são as hepatites virais?

As hepatites virais são classificadas por letras do alfabeto, as mais conhecidas são: A, B, C e E. São doenças infecciosas que podem passar de uma pessoa para a outra.

Como se pega hepatite?

Hepatite A e E: beber água ou comer alimentos contaminados. Falta de saneamento básico (esgoto a céu aberto e água não tratada) é a principal causa de transmissão desses tipos de hepatite. Hepatite B e C: sangue infectado, relações sexuais desprotegidas, compartilhamento de agulhas e seringas (drogas injetáveis) ou em acidentes com materiais infectados com sangue. Fazer tatuagem ou piercing com instrumentos não esterilizados também pode transmitir a hepatite B e C.

Quais são os sintomas das hepatites virais?

Os sintomas das hepatites virais são iguais: enjôo, febre, mal-estar, como uma gripe. Os olhos podem ficar amarelos (amarelão ou icterícia), urina escura e as fezes brancas. Muitas pessoas podem ter hepatite e não apresentar nenhum sintoma, ou ter apenas um mal-estar leve e passageiro.

Como se evita a hepatite A?

O saneamento básico (água encanada, tratada e esgoto) é a melhor maneira de evitar a hepatite A. Lavar as mãos com água e sabão antes das refeições e após ir ao banheiro. Lavar bem frutas e legumes, principalmente quando forem ingeridos crus. Beber água filtrada ou fervida.

Como se evita a hepatite B e C?

Não compartilhar agulhas e seringas no uso de drogas injetáveis. Não compartilhar o "canudinho" no uso de drogas inaláveis (cocaína cheirada). Exigir material esterilizado ou descartável em serviços de saúde (hospitais, postos de saúde, consultórios médicos e odontológicos), salões de beleza, lojas de tatuagem e para a colocação de brincos e piercing. Sempre usar camisinha nas relações sexuais.

Fontes: Ministério da Saúde / Sociedade Brasileira de Infectologia (Boletim Tratamento Hoje) / jornal Folha de S. Paulo

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Aids continua infectando 7 mil pessoas por dia

O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, apresentou um relatório, nesta quinta-feira, sobre a situação do HIV/Aids no mundo. Apesar de ganhos, na última década, a doença continua infectando 7 mil pessoas por dia; mil são crianças.

No documento, lançado em Nairóbi, no Quênia, Ban disse que 30 anos após o surgimento da doença, os investimentos para combater o vírus e tratar os pacientes começam a mostrar resultado. Atualmente, mais de 33 milhões de pessoas vivem com HIV, quase 70% deste total estão na África Subsaariana.

O relatório “Unidos pelo Acesso Universal: A Caminho de Zero Novas Infecções, Zero Discriminação e Zero Número de Mortes Relacionadas à Aids”, é uma preparação para o encontro de alto nível sobre HIV/Aids, marcado para junho na sede da ONU.

Entre 2001 e 2009, o número de novas infecções em 33 países, incluindo 22 da África Subsaariana caiu ao menos 25%.

Até o fim do ano passado, mais de 6 milhões de pessoas estavam recebendo tratamento com antiretrovirais em países de rendas baixa e média. E a cobertura de serviços para prevenir a transmissão do HIV da mãe para o bebê ultrapassou 50%.

Tuberculose

Ban Ki-moon pediu à comunidade internacional que apoie as recomendações do documento para continuar a luta contra o vírus.

As medidas incluem a redução pela metade da contaminação por via sexual para jovens, homens que fazem sexo com homens, no contexto de trabalhadores do sexo, e a prevenção da contaminação por drogas injetáveis.

Uma outra recomendação do relatório é a eliminação da transmissão vertical do HIV, de mães para bebês e a redução em 50% de mortes de pacientes soropositivos.

A ONU pede ainda tratamento com antiretrovirais para cerca de 13 milhões de pessoas. E acesso à educação de órfãos e crianças fragilizadas pelas doença.

Fonte: Correio do Brasil

Pesquisadores apostam em tratamento com geens para a curar da Aids


Cientistas americanos deram mais um passo na luta contra a Aids. Utilizando terapia com genes, os pesquisadores modificaram células dos pacientes e as tornaram resistentes ao HIV, o vírus causador da doença.

O tratamento foi baseado no caso do americano que se curou da doença após um tratamento contra leucemia. O anúncio foi feito em dezembro passado. Usando células-tronco adultas retiradas da medula óssea de um doador que era imune ao HIV, por causa de uma mutação genética, o paciente não apresentou mais sinais do vírus no organismo.

A partir desse caso, os cientistas começaram a procurar uma maneira de alcançar a mesma imunidade usando células sanguíneas do próprio paciente.

Usando essa mesma mutação genética que permitiu a cura do americano, os cientistas decidiram apagar permanentemente um gene humano e inserir as células alteradas de volta no organismo.

Essa mutação atinge algumas pessoas, cerca de 1% da população branca, que são resistentes ao HIV. Isso porque elas têm dificuldade de produzir uma proteína chamada CCR5, um receptor presente nos linfócitos CD4+, células de defesa do organismo que são destruídas pelo HIV. O vírus da Aids usa o CCR5 para se “encaixar” nessas células.

A partir disso, os cientistas “cortaram” e “modificaram” o gene. No estudo, seis homens tiveram as células sanguíneas filtradas para remover a pequena quantidade de células-T. Cerca de 25% dessas células foram modificadas com sucesso. Elas, em seguida, foram multiplicadas e reintroduzidas nos pacientes.

Três dos homens receberam 2,5 bilhões de células modificadas, enquanto os outros três receberam por volta de 5 bilhões.

Após três meses, cinco pacientes apresentavam o triplo de células modificadas esperadas. Segundo os cientistas, 6% de todas as células-T dos pacientes eram do novo tipo, ou seja, resistentes ao HIV. O sexto homem também desenvolveu as células, mas em quantidade menor do que a esperada.

Os únicos efeitos adversos, dizem os pesquisadores, foram sintomas parecidos aos da gripe.

Apesar dos resultados, o coordenador do estudo, o médico Jacob Lalezari, do Centro de Pesquisas Quest, alertou que ainda é cedo pra dizer que a terapia se torne a cura da doença. A pesquisa foi feita em parceria com cientistas da Universidade da Califórnia e patrocinada pela empresa de biotecnologia Sangamo BioSciences.

Otimismo

Para o pesquisador John Rossi, do City of Hope, na Califórnia, a pesquisa é um grande passo.

- A ideia é que, se você tira as células que o vírus ataca, você pode curar a doença.

Apresentados nesta segunda-feira durante uma conferência em Boston (EUA), os resultados causaram bastante otimismo entre os especialistas, como o médico John Zaia, coordenador do painel do governo americano que supervisiona pesquisas com genes.

- Pela primeira vez as pessoas estão começando a pensar na cura da doença.

Ainda que a terapia genética não seja capaz de eliminar o HIV completamente do organismo, Zaia afirma que será possível proteger o corpo dos pacientes o suficiente para controlar o vírus e dispensar o uso de remédios, o que é chamado de cura funcional.

De acordo com Carl Dieffenbach, coordenador de Aids do Niaid (Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos), há esperança de que a terapia seja suficiente para dar um nível de proteção parecido ao alcançado pelo paciente que foi curado.

Segundo os cientistas, ainda é cedo pra dizer se a terapia pode indicar um caminho para a cura da doença ou para um novo tratamento. Apesar disso, os cientistas afirmam que a alternativa é viável e segura.

Fonte; R7

Médicos do Governo defendem uso de novo remédio para Aids


Grupo de especialistas escalado pelo governo para definir o tratamento padrão para pacientes de Aids no Brasil deverá discutir nesta terça-feira (29) a inclusão de uma nova droga no coquetel, o maraviroque. A adoção do medicamento, já analisada numa reunião do grupo ano passado, divide médicos em todo o país. Defensores da inclusão imediata afirmam que pacientes não têm como esperar. Outros sustentam que a mudança deve ser feita somente quando já estiver registrada no país uma versão nacional de um exame, atualmente feito por apenas um produtor, indispensável para verificar se a droga é ou não indicada para o paciente. Diante do impasse, um grupo de 124 médicos preparou documento, pedindo pressa na incorporação da nova droga. Durante a discussão, parte dos médicos passou a questionar o ritmo de avaliação de novas drogas usadas no país para pacientes com Aids. Dirceu Greco, diretor do departamento, alerta que a troca de medicamentos deve ser feita de forma criteriosa. – A inclusão de um remédio à lista de distribuição do governo tem de ser feita de forma cuidadosa. Exige estudos que comprovem a eficácia do produto, a segurança e o ganho para pacientes. Tais argumentos foram usados numa carta que o departamento preparou como resposta ao manifesto de médicos, mas que não convenceu parte dos profissionais.

Fonte: R7

Criada proteína que impede HIV de entrar nas células



Naquilo que pode se tornar um marco na batalha contra a AIDS e uma nova ferramenta para o desenvolvimento racional de novos medicamentos, cientistas sintetizaram uma nova proteína que impede que os vírus entrem nas células.

Esta proteína sintética é baseada em uma proteína que ocorre naturalmente no corpo humano, e que protege as células dos vírus.

A vantagem é que a proteína sintética não causa inflamação e outros efeitos colaterais induzidos pelas altas dosagens de medicamentos necessárias para inibir a AIDS.

A descoberta será publicada no exemplar de Abril do prestigiado The FASEB Journal.

Ficção científica que vira realidade

“Isto é ficção científica se tornando realidade. Esses pesquisadores pegaram uma proteína e removeram sua parte que causa danos, então estabilizaram e modificaram a seção que tem um efeito terapêutico,” afirma o editor da revista científica, Gerald Weissmann.

“Isto não é uma notícia boa apenas para as pessoas com AIDS, é uma notícia boa para todos nós, na medida que essa pesquisa abre caminho para trabalhos similares para muitas, muitas outras doenças,” escreve o editor.

O fragmento de proteína é baseado em uma proteína natural chamada RANTES, que é parte do sistema imunológico.

A RANTES defende naturalmente o corpo contra o HIV/AIDS, mas não pode ser usada como droga porque ela tem vários outros efeitos biológicos, podendo causar inflamações sérias.

Projeto inteligente

Depois de examinar precisamente a estrutura molecular da RANTES, os cientistas descobriram que apenas um pequeno fragmento da proteína é realmente responsável por bloquear a entrada do HIV nas células.

A partir daí, eles dissecaram a porção desejada da proteína e desenvolveram uma forma de estabilizá-la sem comprometer seus efeitos protetores.

Depois de vários passos de refinamento molecular e modelagem virtual, os pesquisadores criaram um peptídeo com altíssimo potencial contra o HIV e com possíveis benefícios para o tratamento de doenças inflamatórias, como a artrite e o lúpus, assim como para a prevenção da rejeição de transplantes.

“Da mesma forma que os escultores da Renascença escavavam arte no mármore cru, os engenheiros moleculares de hoje estão usando o design inteligente para criar obras-primas químicas que salvam vidas,” concluiu Weissmann.

Fonte: Diário da Saúde

Cientistas encontram ponto fraco do HIV

Uma equipe de cientistas da Escola de Medicina da Universidade do Texas encontrou o ponto fraco do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) em uma parte da proteína que o recobre, essencial para seu desenvolvimento nas células que ataca. O ponto fraco do HIV, que afeta milhões de pessoas no mundo, está escondido na proteína gp120 que envolve o vírus.

Os cientistas Sudhir Paul, Yasuhiro Nishiyama e Stéphanie Planque explicam em artigo intitulado "Catalytic Antibodies to HIV: Physiological Role and Potential Clinical Utility" que essa proteína é essencial para que o HIV tenha adesão às células nas quais ele se introduz e a partir das quais inicia a infecção que provoca a Aids.

A equipe médica foi capaz de fragmentá-la e destruir a parte que atua como "cérebro", uma seqüência de aminoácidos que permanece invariável, apesar das mutações as quais o vírus é submetido, o que seria muito útil no tratamento e prevenção da doença. Normalmente, as defesas imunológicas do corpo humano podem evitar os vírus criando proteínas (anticorpos) que conseguem bloquear os elementos desconhecidos.

No entanto, no caso do HIV o vírus está constantemente mudando e os anticorpos não são capazes de controlar sua progressão, razão pela qual não há uma vacina preventiva para a aids. Concretamente, esse ponto fraco é uma pequena parte entre os aminoácidos 421-433 da proteína gp120, que está sendo estudado para ser usado como agente terapêutico.

Estes aminoácidos funcionam como "cérebro" do vírus que, apesar das mutações sofridas para enganar o corpo humano, permanecem invariáveis e lembram ao HIV para atacar as células. "O HIV não quer que os anticorpos ataquem essa região e utiliza a própria estrutura celular para atacar e confundir os linfócitos B - as células produtoras de anticorpos -, que produzem muitos anticorpos das regiões variáveis do HIV, mas não desta parte principal", explica.

A partir da descoberta, o grupo desenhou anticorpos com atividade enzimática, conhecidos como "abzymes", que podem atacar estes aminoácidos de uma maneira precisa. "Os 'abzymes' reconhecem praticamente todas as diversas formas do HIV encontradas no mundo. Isto resolve o problema da mutabilidade do HIV. O passo seguinte é a confirmação de nossa teoria em testes clínicos humanos", diz Paul.

Ao contrário dos anticorpos, os "abzymes" degradam o vírus de forma permanente. Segundo o estudo, uma só molécula de "abzymes" pode acabar com milhares de partículas do vírus. Os cientistas estudam agora se isto pode ser aplicado ao desenvolvimento de vacinas que possam ser utilizadas como um microbicida para prevenir a transmissão sexual da aids.

Novidades contra a Aids

O Ministério da Saúde vai oferecer um novo medicamento para pacientes com Aids que não respondem mais aos tratamentos convencionais. Depois de três meses de negociação, o governo firmou um acordo com o laboratório Janssen Cilag para compra do antirretroviral etravirina, considerado de terceira geração para tratar a doença. Com a decisão, sobe para 20 a lista de medicamentos oferecidos pelo governo para tratar a doença causa pelo vírus HIV. Os antirretrovirais impedem a multiplicação do vírus no organismo. Com isso, a defesa do corpo melhora e o portador corre menos riscos de desenvolver outras doenças.


http://radioglobo.globoradio.globo.com/noticias/2010/10/15/NOVIDADES-CONTRA-A-AIDS.htm