segunda-feira, 2 de maio de 2011

Criada proteína que impede HIV de entrar nas células



Naquilo que pode se tornar um marco na batalha contra a AIDS e uma nova ferramenta para o desenvolvimento racional de novos medicamentos, cientistas sintetizaram uma nova proteína que impede que os vírus entrem nas células.

Esta proteína sintética é baseada em uma proteína que ocorre naturalmente no corpo humano, e que protege as células dos vírus.

A vantagem é que a proteína sintética não causa inflamação e outros efeitos colaterais induzidos pelas altas dosagens de medicamentos necessárias para inibir a AIDS.

A descoberta será publicada no exemplar de Abril do prestigiado The FASEB Journal.

Ficção científica que vira realidade

“Isto é ficção científica se tornando realidade. Esses pesquisadores pegaram uma proteína e removeram sua parte que causa danos, então estabilizaram e modificaram a seção que tem um efeito terapêutico,” afirma o editor da revista científica, Gerald Weissmann.

“Isto não é uma notícia boa apenas para as pessoas com AIDS, é uma notícia boa para todos nós, na medida que essa pesquisa abre caminho para trabalhos similares para muitas, muitas outras doenças,” escreve o editor.

O fragmento de proteína é baseado em uma proteína natural chamada RANTES, que é parte do sistema imunológico.

A RANTES defende naturalmente o corpo contra o HIV/AIDS, mas não pode ser usada como droga porque ela tem vários outros efeitos biológicos, podendo causar inflamações sérias.

Projeto inteligente

Depois de examinar precisamente a estrutura molecular da RANTES, os cientistas descobriram que apenas um pequeno fragmento da proteína é realmente responsável por bloquear a entrada do HIV nas células.

A partir daí, eles dissecaram a porção desejada da proteína e desenvolveram uma forma de estabilizá-la sem comprometer seus efeitos protetores.

Depois de vários passos de refinamento molecular e modelagem virtual, os pesquisadores criaram um peptídeo com altíssimo potencial contra o HIV e com possíveis benefícios para o tratamento de doenças inflamatórias, como a artrite e o lúpus, assim como para a prevenção da rejeição de transplantes.

“Da mesma forma que os escultores da Renascença escavavam arte no mármore cru, os engenheiros moleculares de hoje estão usando o design inteligente para criar obras-primas químicas que salvam vidas,” concluiu Weissmann.

Fonte: Diário da Saúde

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