sábado, 30 de julho de 2011

Comprimido diário pode reduzir risco de transmissão do HIV

Drogas são as mesmas usadas para controlar a doença.
Descoberta pode ajudar casais onde apenas um tem o vírus.


As drogas antiAids desenvolvidas para combater o HIV também podem ser utilizadas para reduzir drasticamente o risco de infecção entre os casais heterossexuais, indicaram na quarta-feira dois estudos feitos na África.

Os resultados somam-se à evidência crescente de que o tipo de medicamentos prescritos desde meados dos anos 1990 para tratar pessoas já doentes também pode ser a chave para reduzir ou mesmo interromper a disseminação da doença sexualmente transmissível.

A pesquisa envolvendo casais do Quênia, Uganda e Botsuana descobriu que ministrar drogas antiAids diariamente reduziu as taxas de infecção em ao menos 62%, na comparação com o placebo.

'Novos instrumentos eficazes contra o HIV são urgentemente necessários e esses estudos podem ter um impacto enorme na prevenção da transmissão heterossexual', disse Margaret Chan, diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), em um comunicado.

Numa indicação da importância das últimas evidências, Chan afirmou que a agência de saúde da Organização das Nações Unidas (ONU) trabalharia agora com países para usar os novos achados a fim de implementar melhores estratégias de proteção.

O maior dos dois estudos examinou 4.758 casais no Quênia e em Uganda, nos quais um dos parceiros era HIV positivo e o outro, negativo. Os parceiros negativos que tomaram o tenofovir, ou Viread, da Gilead Sciences Inc's, registraram uma média de 62% infecções a menos.

Para os casais que tomaram o Truvada - outro medicamento da Gilead combinando o tenofovir e o emtricitabine --, o risco de infecção foi cortado em 73 por cento no ensaio clínico, que foi liderado por pesquisadores da Universidade de Washington.

O estudo foi financiado pela Fundação Bill & Melinda Gates, cujo diretor para HIV e Tuberculose, Stefano Bertozzi, disse que o trabalho marca 'um avanço significativo na busca para desenvolver novas medidas de prevenção ao HIV'.

O segundo estudo, envolvendo pouco mais de 1.200 homens e mulheres sexualmente ativos em Botsuana, descobriu que tomar um Truvada por dia reduziu o risco de infecção pelo HIV em 62,6 por cento.

http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2011/07/comprimido-diario-pode-reduzir-risco-de-transmissao-do-hiv.html

Avanços podem permitir vacina de HIV e malária em dez anos, diz revista

Artigo publicado na "Nature" fala sobre os principais desafios na área.
Alta mutação do vírus da Aids ainda impede a criação de dose eficaz.

Luna D'Alama Do G1, em São Paulo
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Progressos clínicos e tecnológicos na área da imunologia indicam que será possível desenvolver vacinas contra Aids e malária nos próximos dez anos, diz artigo publicado na revista "Nature" desta semana. Segundo o pesquisador italiano Rino Rappuolli e o americano Alan Aderem, que assinam o texto, o combate à Aids e à malária ainda é o maior desafio mundial em saúde pública do século 21.

Junto com a tuberculose, essas duas doenças infecciosas matam quase cinco milhões de pessoas por ano no mundo. Apesar de ainda não haver vacinas disponíveis, os cientistas apostam no avanço da computação e na chamada biologia sistêmica, que estuda a interação entre elementos biológicos (como proteínas, genes, RNA e outras moléculas), para chegar cada vez mais perto de uma resposta imune contra esses males.

A aceitação de um indivíduo a uma vacina depende de inúmeras interações de fatores genéticos, moleculares e ambientais. Por isso, segundo o infectologista e imunologista Esper Kallas, da Faculdade de Medicina da USP, a abordagem do futuro para a produção de novas doses deve contemplar "tudo ao mesmo tempo". “Esses sistemas geram quantidades fenomenais de dados em computador, por meio de modelos matemáticos, para encontrar relações e padrões que levem a alguma descoberta”, disse. É o que os norte-americanos chamam de “mineração de dados”, que pode servir para encontrar regras no meio do caos.

Como a quantidade de características imunológicas no conjunto de dados mundial excede a capacidade da mente humana, o objetivo é chegar a modelos precisos e detalhados o suficiente para prever se as novas vacinas terão sucesso. Para o imunologista David Watkins, da Universidade de Wisconsin, nos EUA, que está em São Paulo para conhecer o Instituto Butantan, os resultados de vacinas contra HIV em macacos são encorajadores. “Em um estudo publicado há duas semanas na 'Nature', 50% dos animais foram protegidos do vírus, e agora temos que entender por quê”, afirmou.

No início dos anos 1980, quando o HIV foi descoberto, os cientistas acreditavam que poderiam combater a Aids da mesma forma que a hepatite B: usando fragmentos do vírus em leveduras e depois separando-os do fungo. Esse material “puro”, uma vez inserido no corpo humano, faz uma simulação de infecção natural que leva à imunidade. O problema é que o HIV tem altíssima capacidade de mutação, e em menos de um dia já não é mais o mesmo. Já o micro-organismo causador da malária se modifica, em média, a cada dez anos, e o grande problema nesse caso é que o protozoário Plasmodium dribla os anticorpos.

“Ainda não há um meio de reproduzir um vírus do HIV que seja representante dos demais. E o que dificulta tanto uma vacina contra essas doenças é que os vírus (ou bactéria, no caso da tuberculose) só se multiplicam dentro das células, então ficam protegidos”, explicou Kallas. Os anticorpos, por sua vez, costumam agir do lado de fora, não atingindo os agentes patogênicos.

Os pesquisadores concluem no artigo que ainda há complexos mecanismos imunológicos não completamente compreendidos pela ciência. Mas um modelo inovador de exames clínicos, que testam várias vacinas em paralelo e obtêm informações pela biologia sistêmica, deve acelerar o desenvolvimento de vacinas e aumentar a compreensão do sistema imunológico humano em um futuro próximo.

Aids, malária e tuberculose no mundo
Desde o início da pandemia, a Aids causou mais de 25 milhões de mortes, e hoje há 33 milhões de pessoas vivendo com o HIV. Por ano, são 2,6 milhões de novos casos e 1,8 milhão de mortes. Já a malária acomete 225 milhões de pessoas por ano e causa quase 1 milhão de mortes. Além disso, cerca de um terço da população humana está infectada pelo bacilo de Koch (Mycobacterium tuberculosis), com 9,6 milhões de novos casos e 1,7 milhão de mortes por ano. E essa bactéria tem se tornado cada vez mais resistente a antibióticos.

Como um de seus Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, a Organização das Nações Unidas (ONU) tem estimulado os países a controlar e reverter a propagação dessas doenças até 2015. Para atingir a meta, a ONU conta, principalmente, com a expansão de tratamentos, educação e medidas básicas, o que inclui uso depreservativos contra a aids e de mosquiteiros em camas contra a malária.

A vacinação, que geralmente é a intervenção mais eficaz no controle de doenças infecciosas, não foi incluída no plano da ONU, porque as doses não devem estar disponíveis dentro desse prazo.

Especificamente no caso da tuberculose, a vacina BCG – aplicada em recém-nascidos no Brasil e não usada nos EUA, por exemplo – ainda causa controvérsias. Isso porque ela é capaz de prevenir a disseminação da doença e a mortalidade em bebês e crianças, mas não evita a infecção crônica nem protege adultos, idosos e pessoas com deficiência imunológica. “Há algumas ONGs internacionais que trabalham na produção de uma vacina melhor contra a tuberculose”, disse Kallas.

De acordo com ele, os pesquisadores atualmente conhecem a fundo o sistema imune e a interação entre hospedeiros e parasitas, mas o campo da vacinologia ainda tem muito a avançar. “Precisamos de novas ideias, abordagens e fronteiras. Investimentos em vacinas devem ser feitos a longo prazo, a perder de vista, e podem mudar a vida da humanidade. É o que faz a Fundação Bill e Melinda Gates, que se concentra em combater a Aids, a malária e a tuberculose pelo mundo”, destacou o médico.

Dengue
A vacina contra a dengue, segundo o médico, deve ser uma realidade em breve. E a dose será a forma mais eficaz de combater a doença, já que o mosquito Aedes aegypti se urbanizou e ficou praticamente impossível erradicar o problema nas grandes cidades.

O Instituto Butantan atualmente faz uma parceria com o Instituto Nacional de Saúde dos EUA e a Universidade Johns Hopkins para o desenvolvimento dessa vacina. Testes preliminares em humanos já estão sendo feitos. E a ideia, segundo Kallas, é que a dose contemple os quatro tipos de vírus da dengue e seja aplicada preferencialmente em crianças, que costumam ser o grupo mais suscetível.

http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2011/05/avancos-podem-permitir-vacina-de-hiv-e-malaria-em-dez-anos-diz-revista.html

Laura Müller fala sobre sexo no Altas Horas


http://video.globo.com/Videos/Player/Entretenimento/0,,GIM1574434-7822-LAURA+MULLER+FALA+SOBRE+SEXO+NO+ALTAS+HORAS,00.html

ONG transforma garrafas plásticas em vassouras A ONG "Gotas de Esperança", de Paranavaí, ajuda no tratamento de pacientes com o vírus HIV. A renda é usada para pagar o tratamento dos pacientes.






http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1581776-7823-ONG+TRANSFORMA+GARRAFAS+PLASTICAS+EM+VASSOURAS,00.html

terça-feira, 26 de julho de 2011

Ativistas de Curitiba se encontram com Secretária Municipal de Saúde para pedir melhorias no combate à aids

Ativistas que lutam pelos direitos das pessoas com HIV e aids em Curitiba se reuniram nessa quinta-feira com a Secretária Municipal de Saúde, Eliane Chomatas, para discutir melhorias no atendimento dessa população.

Com base nos resultados de uma reunião realizada na terça-feira passada com representantes da RNP+ Paraná (Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e Aids – Núcleo Paraná) e da Aliança Paranaense pela Cidadania LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais Travestis e Transexuais), os ativistas entregaram um documento com os problemas encontrados no município, sugestões de solução e indicações de órgãos, instituições e pessoas que possam implementar as melhorias.

Presente na reunião, o Presidente da ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), Toni Reis, disse que os ativistas receberam a garantia, por exemplo, de que o Hospital Evangélico responderá a demanda dos pacientes com lipodistrofia.

Ainda segundo Toni, o Centro de Orientação e Aconselhamento (COA) em DST/Aids da cidade será integrado no prontuário eletrônico em agosto; os Núcleos de Atenção Psicossocial serão preparados para prestar atendimento psicológico aos soropositivos; e a isenção tarifária para pacientes será analisada junto aos órgãos judiciais.

Participaram ainda da reunião a Diretora do Centro de Informações em Saúde, Raquel Cubas; Adão Ribeiro e João Castro, da RNP+; Rafaelly Wiest, do Instituto Dignidade, entre outros.

Redação da Agência de Notícias da Aids




Análise de situação e resposta, pessoas vivendo com HIV/Aids em Curitiba e região metropolitana

19 de julho de 2011

Problema
Soluções
Responsável
1) GOVERNO
Falta de implantação de política de tratamento de lipodistrofia
Ter profissionais capacitados
Ter infraestrutura / equipamentos
Ter um centro de referência em tratamento de lipodistrofia
Ter uma academia para pessoas vivendo com HIV/Aids (pode ser convênio com ONG / ou com a SMEL),
Dept de DST, Aids e Hepatites Virais/MS
Divisão Estadual de DST e Aids
Coordenação Municipal de DST e Aids
ONG
Secretaria Municipal de Esportes e Lazer
Pacientes têm que fazer coleta para exames em diversos lugares (coleta para CD4 e carga viral no Laboratório, coleta para outros exames na Unidade de Saúde)
Unificar a coleta em um único local (ex. laboratório)
Secretaria Municipal de Saúde – Ctba
COA de Curitiba não tem acesso on-line ao prontuário eletrônico. Paciente precisa levar resultado de exames da Unidade de Saúde para o COA (e Laboratório precisa enviar malote com resultados de CD4 e carga viral para o COA)
Viabilizar a conexão à rede / implantar prontuário eletrônico no COA
Secretaria Municipal de Saúde – Ctba
Falta de médico infectologista no município de Almirante Tamandaré e Curitiba
Concurso/Contratação
Capacitação dos clínicos gerais nas unidades básicas para atendimento a pessoas com CD4 acima de 350.
Secretarias Municipais de Saúde
Falta de atendimento psicológico para pessoas vivendo com HIV/aids
Concurso/Contratação / terceirização
Secretarias Municipais de Saúde
Fila (demora) para atendimento especializado a doenças relacionadas ao HIV/aids
Concurso/Contratação

Secretarias Municipais de Saúde
Acesso restrito ao passe livre no transporte público de Curitiba para exames, tratamento e adesão para as pessoas vivendo com HIV/aids – política de Curitiba em discordância com norma nacional (norma = quem recebe menos de 3 salários mínimos deve ter direito ao passe livre)
Adequar a lei em Curitiba
URBS
Câmara Municipal
Falta de oportunidade de trabalho para pessoas vivendo com HIV/aids
- Capacitação profissional das pessoas vivendo com HIV/aids que não são aposentadas
- Incentivo às empresas para contratação
- Sensibilização nos locais de trabalho quanto ao estigma e discriminação
Secretarias de Trabalho e Emprego, Liceu do Ofício, CRAS
Preconceito e discriminação nas Unidades de Saúde contra pessoas vivendo com HIV/aids
- Capacitação e sensibilização dos profissionais de saúde
- Denunciar
Secretaria de Saúde

Pessoas vivendo com HIV/aids
Ministério Público / Defensoria
Disque 100
ONG
2) SOCIEDADE
Preconceito na sociedade com relação à soropositividade
Campanhas de sensibilização
Governo (Secretarias de Saúde) em parceria com a sociedade civil
Preconceito na escola com relação à soropositividade
Sensibilização / capacitação de profissionais de educação
Secretarias de Educação em parceria com a sociedade civil
Discriminação a pessoas vivendo e convivendo com HIV Aids no trabalho, na escola e na família
Cursos de capacitação no local de trabalho, para profissionais de educação.
Campanhas para a sociedade em geral (para sensibilizar as famílias)
Projetos de assessoria jurídica
Denúncia – Disque 100
Denúncia – Ministério Público
Sensibilização da Defensoria Pública
Guia e vídeo de direitos humanos das pessoas vivendo com HIV/aids
FIEP
Órgãos do governo nas áreas específicas
Sociedade civil
Ministério Público / Defensoria
CODIC

3) INDIVIDUAL
Falta de adesão ao tratamento, falta de prevenção secundária / posithiva, baixa autoestima e falta da aceitação da própria sorologia e sexualidade
Grupos de adesão / oficinas de convivência
Guia e vídeo “ABC do soropositivo”, incluindo depoimentos de pessoas vivendo e familiares
Guia e vídeo de Nutrição
Guia e vídeo de Adesão
Secretarias de Saúde
Sociedade civil

(fazer uma série destes vídeos e guias e os demais mencionados acima – disponíveis em ONGs e Unidades de Saúde e no Youtube)
Medo de fazer a testagem para HIV
Campanhas permanentes de sensibilização da população em geral
Reforçar a  campanha Fique Sabendo
Dept de DST, Aids e Hepatites Virais/MS
Divisão Estadual de DST e Aids
Coordenação Municipal de DST e Aids
Sociedade civil
Assinam:
RNP+Curitiba e Região Metropolitana e Aliança Paranaense pela Cidadania LGBT

http://www.agenciaaids.com.br/busca/

Câmara analisa projeto que aumenta valor do Bolsa Família em caso de aids ou outras doenças crônicas

A Câmara dos Deputados analisa o Projeto de Lei 489/11, do Senado, que concede benefício variável de R$ 60 no Programa Bolsa Família às unidades familiares em que haja pessoa com câncer, aids ou outra doença crônica. Conforme a proposta, não há limite para esse benefício.

A proposta foi apresentada pela ex-senadora Rosalba Ciarlini. Ela argumenta que a assistência integral à saúde é uma das diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), mas que faltam recursos para que essa meta seja cumprida satisfatoriamente. Por isso, ela propõe o reforço do orçamento familiar em caso de doenças graves.


Fonte: Redação da Agência de Notícias da Aids com informações da Agência Câmara
http://www.agenciaaids.com.br/noticias/interna.php?id=17349

Antirretroviral pode reduzir risco de infecção pelo HIV, destaca imprensa

Os principais jornais e sites destacaram dois estudos apontando que o uso de antirretrovirais pode reduzir pela metade a chance de infecção pelo HIV entre os heterossexuais.

A Agência de Notícias da Aids divulgou as pesquisas nesta quarta.



Comprimido diário pode reduzir risco de infecção pelo HIV
Dois estudos feitos na África, apresentados ontem, mostram que o uso de remédios antirretrovirais reduz o risco de infecção entre casais heterossexuais. Os resultados somam-se às evidências crescentes de que os medicamentos prescritos desde os anos 1990 para tratar pessoas com aids também podem reduzir as chances de infecção.

Em novembro do ano passado, um estudo feito no Brasil pela Fiocruz, em parceria com a USP e a UFRJ, usando o remédio Truvada, já havia mostrado resultados semelhantes em homossexuais.

O maior dos dois novos estudos examinou 4.758 casais no Quênia e em Uganda, em que um dos parceiros era HIV positivo e o outro, negativo.

Os parceiros negativos que tomaram o Tenofovir registraram uma média de 62% de infecções a menos.

Para os casais que tomaram o Truvada, que combina o Tenofovir e o Emtricitabine, o risco de infecção foi reduzido em 73% no ensaio clínico, feito por pesquisadores da Universidade de Washington.

A segunda pesquisa, envolvendo pouco mais de 1.200 homens e mulheres em Botsuana, descobriu que tomar um comprimido do Truvada por dia reduziu o risco de infecção pelo HIV em 62,6%.

"Os resultados divulgados agora são muito importantes e corroboram estudos anteriores feitos com a população de homossexuais masculinos e de mulheres com alto risco de adquirir a infecção pelo HIV", diz a infectologista Valdiléa Veloso, da Fiocruz, que liderou o estudo feito no Brasil em 2010.

Ressalvas
Mas Veloso diz que, como esses estudos foram feitos em populações com alto risco de adquirir o HIV, os resultados não podem ser generalizados para a população geral.

Marcelo Freitas, gerente da coordenação de cuidado e qualidade de vida do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, faz a mesma ressalva.

"Na pesquisa, trata-se de um grupo controlado que recebe orientações sobre camisinhae faz testes mensais de HIV. Não dá para dizer qual é a contribuição do remédio, da aderência ao tratamento ou do uso do preservativo."

Freitas diz ainda que não há estimativas do custo-benefício do uso dos antirretrovirais como prevenção.


Fonte: Fonte: Folha de S.Paulo
http://www.agenciaaids.com.br/noticias/interna.php?id=17293

Duas drogas administradas em dose diária reduzem risco de infecção por HIV

O uso de um único comprimido diário reduziu em até 73% o risco de infecção pelo vírus HIV, segundo dados de dois estudos envolvendo mais de cinco mil casais heterossexuais (com um dos parceiros HIV positivo e o outro negativo) do Quênia, Uganda e Botsuana, na África.
As pesquisas foram realizadas com as drogas antirretrovirais Viread (tenofovir) e Truvada (a combinação de tenefovir e emtricitabina). Coordenado pelo Centro Internacional de Investigação Clínica da Universidade de Washington, o maior estudo acompanhou 4.758 casais sorodiscordantes (um é HIV positivo) no Quênia e em Uganda. A todos foram oferecidos preservativos femininos e masculinos, e os cônjuges não infectados pelo HIV receberam ainda um antirretroviral ou placebo. No grupo que tomou tenofovir ocorreram 62% menos infecções. Entre os casais que receberam Truvada este índice alcançou 73%, quando comparados ao grupo que tomou placebo.
O outro estudo ficou sob a responsabilidade do Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos e acompanhou 1.200 homens e mulheres de Botsuana. Eles tomaram diariamente um comprimido de Truvada ou um placebo. Entre os participantes que seguiram a recomendação, foram registrados 63% menos contágios em relação ao grupo placebo.
"Novos instrumentos eficazes contra o HIV são urgentemente necessários e esses tudos podem ter enorme impacto na prevenção da transmissão heterossexual", afirmou Margaret Chan, diretora-geral da Organização Mundial de Saúde.
A Aids já matou quase 30 milhões em todo o mundo. No Brasil, de acordo com o boletim epidemiológico de 2010 do Ministério da Saúde, são 592.914 mil casos notificados da doença no país. Desses, 65,1% são homens, sendo que nos últimos 30 anos, 229.222 brasileiros morreram em decorrência da doença.
De acordo com o Programa das Nações Unidas sobre Aids/HIV e a OMS, o resultado dessas pesquisas terá um grande impacto na prevenção do contágio pelo HIV. Os dados, dizem especialistas, indicam que a pandemia de Aids, que tem se intensificado nas últimas três décadas, pode ser contida. As drogas Viread e Truvada estão disponíveis em versões genéricas e custam menos de R$ 0,40, cada.
Bons resultados em casais heterossexuais
O benefício foi tão evidente que, por questões éticas, os pesquisadores suspenderam o uso de placebo e passaram a oferecer a todos os casais participantes os comprimidos antitrretrovirais.
"Este é um grande avanço científico. Esses estudos poderão nos ajudar a atingir o ponto de inflexão na epidemia de HIV", disse Michel Sidibé, diretor executivo do Programa das Nações Unidas sobre HIV/Aids.
Os resultados das pesquisas na África somam-se à evidência crescente de que os antirretrovirais, medicamentos receitados desde meados dos anos 90 para tratar pessoas já doentes, também podem ser um ótimo recurso para reduzir ou mesmo interromper a disseminação da Aids.
"Nossos resultados demonstraram claramente que o tratamento é eficaz em casais heterossexuais", disse Jared Baeten, professor da Universidade de Washington.
Até recentemente, a prevenção da infecção por HIV era focada na mudança de comportamento, no incentivo ao uso de preservativos, na redução do número de parceiros sexuais e na abstinência sexual. No último ano, porém, o tratamento com drogas como Truvada mostrou que houve uma redução nas taxas de infecção em homens homossexuais, e o uso de um gel vaginal diminuiu a índice de contágio em mulheres heterossexuais. Além disso, uma vacina contra a Aids foi parcialmente eficaz num ensaio aplicado na Tailândia.

http://www.pernambuco.com/ultimas/nota.asp?materia=20110714085414&assunto=31&onde=Mundo

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Remédio anti-HIV feito com tabaco começa a ser testado na Grã-Bretanha

Medicamento será testado como microbicida vaginal para evitar a transmissão do vírus durante o sexo

 
LONDRES - Pela primeira vez na pesquisa farmacêutica europeia, cientistas lançaram um ensaio clínico com um remédio anti-HIV criado pela biotecnologia usando tabaco geneticamente modificado, planta mais conhecida por prejudicar a saúde humana.
A ação marca um avanço no campo emergente da agricultura molecular, capaz de oferecer uma maneira mais barata de produzir drogas e vacinas a partir da biotecnologia, comparando com os sistemas tradicionais da indústria.
Depois de obtido o sinal verde dos reguladores, o anticorpo monoclonal está sendo testado em um pequeno estudo envolvendo 11 mulheres saudáveis na Grã-Bretanha. Ele foi desenhado para ser usado como microbicida vaginal a fim de evitar a transmissão do HIV durante o sexo.
Se o estudo da Fase I for bem-sucedido, ensaios maiores serão feitos e os pesquisadores preveem que o novo anticorpo, o P2G12, será combinado com outros em um microbicida que ofereça uma ampla proteção contra o HIV/Aids.
O ensaio é um marco para o projeto Pharma-Planta, lançado em 2004 com 12 milhões de euros (US$ 16,8 milhões) financiados pela União Europeia.
No momento, drogas caras - como os tratamentos anticâncer da Roche Herceptin e Avastin - são produzidas em culturas de células dentro de tanques de aço inoxidável.
Os defensores da agricultura molecular acreditam que as drogas feitas a partir de proteínas podem ser produzidas de forma mais eficiente e barata dentro de plantações geneticamente modificadas, uma vez que as plantas são produtoras de proteínas com uma relação custo-benefício extremamente positiva.
O coordenador do projeto, Julian Ma, professor de imunologia molecular da University of London, em St Georges, disse a jornalistas na terça-feira que a autorização para o ensaio clínico era um reconhecimento de que os anticorpos poderiam ser fabricados em plantas com a mesma qualidade dos produzidos nas fábricas.
O anticorpo em teste foi descoberto pela empresa privada de biotecnologia Polymun, da Áustria.

http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,remedio-anti-hiv-feito-com-tabaco-comeca-a-ser-testado-na-gra-bretanha,746975,0.htm

Falta de reagentes faz governo limitar exame de carga viral em paciente com Aids

Secretarias estaduais de Saúde devem priorizar testes em gestantes e crianças de até 4 anos


BRASÍLIA - O Ministério da Saúde decidiu limitar os exames de carga viral em pessoas com Aids por causa da falta de reagentes usados no teste que checa a quantidade do vírus HIV no sangue e acompanha a eficácia do tratamento.
O baixo estoque de reagentes é resultado da paralisação de uma licitação feita pelo ministério para comprar testes mais modernos e rápidos. O processo foi contestado várias vezes por empresas participantes.
Em nota técnica, o ministério orienta as secretarias estaduais de Saúde a dar prioridade aos testes em gestantes e crianças de até 4 anos infectadas. De acordo com o diretor do Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis, Aids e Hepatites Virais, o infectologista Dirceu Greco, os dois grupos são considerados prioritários porque a carga viral interfere no parto e no tratamento precoce das crianças.
No caso dos pacientes em tratamento, com carga viral estável ou com exame marcado, a recomendação é colher e congelar as amostras de sangue para que sejam testadas quando o fornecimento estiver normalizado. A previsão de Greco é que os exames atrasem em um ou dois meses. Segundo ele, isso não deve atrapalhar o tratamento, mas é um transtorno para os pacientes.
"Tecnicamente, o tratamento não deve ter prejuízo", assinalou o infectologista. "Do ponto de vista individual, é realmente um transtorno [para o paciente]." Alguns laboratórios públicos já estão armazenando as amostras, acrescentou, sem informar em quais estado isso já está ocorrendo. No país, 80 instituições fazem o exame da carga viral do HIV.
Para regularizar o fornecimento, o governo federal fez uma compra emergencial dos reagentes usados para abastecer os laboratórios por seis meses. A expectativa, segundo Greco, é que os kits importados cheguem na primeira semana de agosto. Anualmente são feitos 70 mil exames de carga viral - em média dois por paciente - no país.

http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,falta-de-reagentes-faz-governo-limitar-exame-de-carga-viral-em-paciente-com-aids,749315,0.htm