sábado, 10 de setembro de 2011

Trinta anos da descoberta da Aids no mundo

Número de AIDS no Brasil

Dados do Boletim Epidemiológico Aids 2010 reforçam tendência de queda na incidência de casos de aids em crianças menores de cinco anos. Comparando-se os anos de 1999 e 2009, a redução chegou a 44,4%. O resultado confirma a eficácia da política de redução da transmissão vertical do HIV (da mãe para o bebê). Mas, em relação aos jovens, pesquisa inédita aponta que, embora eles tenham elevado conhecimento sobre prevenção da aids e outras doenças sexualmente transmissíveis, há tendência de crescimento do HIV.
O levantamento feito entre jovens, realizado com mais de 35 mil meninos de 17 a 20 anos de idade, indica que, em cinco anos, a prevalência do HIV nessa população passou de 0,09% para 0,12%. O estudo também revela que quanto menor a escolaridade, maior o percentual de infectados pelo vírus da aids (prevalência de 0,17% entre os meninos com ensino fundamental incompleto e 0,10% entre os que têm ensino fundamental completo).
O resultado positivo para o HIV está relacionado, principalmente, ao número de parcerias (quanto mais parceiros, maior a vulnerabilidade), coinfecção com outras doenças sexualmente transmissíveis e relações homossexuais. O estudo é representativo da população masculina brasileira nessa faixa etária e revela um retrato das novas infecções. “Por isso, estamos investindo cada vez mais em estratégias para essa população”, explica o diretor.
Atento a essa realidade, o governo brasileiro tem desenvolvido e fortalecido diversas ações para que a prevenção se torne um hábito na vida dos jovens. A distribuição de preservativos no país, por exemplo, cresceu mais de 100% entre 2005 e 2009 (de 202 milhões para 467 milhões de unidades). Os jovens são os que mais retiram preservativos no Sistema Único de Saúde (37%) e os que se previnem mais. Modelo matemático, calculado a partir dos dados da PCAP, mostra que quanto maior o acesso à camisinha no SUS, maior o uso do insumo.
A Saúde também atua na ampliação do diagnóstico do HIV/aids – que é uma medida de prevenção, já que as pessoas que conhecem a sua sorologia podem se tratar para evitar novas infecções. Em quatro anos (2005 a 2009), o número de testes de HIV distribuídos e pagos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) mais que dobrou: de 3,3 milhões para 8,9 milhões de unidades. Da mesma forma, o percentual de jovens sexualmente ativos que fizeram o exame aumentou – de 22,6%, em 2004, para 30,1%, em 2008.
Aids no Brasil – Os novos números da aids (doença já manifesta) no Brasil, atualizados até junho de 2010, contabilizam 592.914 casos registrados desde 1980. A epidemia continua estável. A taxa de incidência oscila em torno de 20 casos de aids por 100 mil habitantes. Em 2009, foram notificados 38.538 casos da doença.
Observando-se a epidemia por região em um período de 10 anos – 1999 a 2009 – a taxa de incidência no Sudeste caiu (de 24,9 para 20,4 casos por 100 mil habitantes). Nas outras regiões, cresceu: 22,6 para 32,4 no Sul; 11,6 para 18,0 no Centro-Oeste; 6,4 para 13,9 no Nordeste e 6,7 para 20,1 no Norte. Vale lembrar que o maior número de casos acumulados está concentrado na região Sudeste (58%).
Atualmente, ainda há mais casos da doença entre os homens do que entre as mulheres, mas essa diferença vem diminuindo ao longo dos anos. Esse aumento proporcional do número de casos de aids entre mulheres pode ser observado pela razão de sexos (número de casos em homens dividido pelo número de casos em mulheres). Em 1989, a razão de sexos era de cerca de 6 casos de aids no sexo masculino para cada 1 caso no sexo feminino. Em 2009, chegou a 1,6 caso em homens para cada 1 em mulheres.
A faixa etária em que a aids é mais incidente, em ambos os sexos, é a de 20 a 59 anos de idade. Chama atenção a análise da razão de sexos em jovens de 13 a 19 anos. Essa é a única faixa etária em que o número de casos de aids é maior entre as mulheres. A inversão apresenta-se desde 1998, com oito casos em meninos para cada 10 em meninas.
Em números absolutos, é possível ver como a redução de casos de aids em menores de cinco anos é expressiva: passou de 954 casos, em 1999, para 468, no ano passado. Quando todas as medidas preventivas são adotadas, a chance de transmissão vertical cai para menos de 1%. Às gestantes, o Ministério da Saúde recomenda o uso de medicamentos antirretrovirais durante o período de gravidez e no trabalho de parto, além de realização de cesárea para as mulheres que têm carga viral elevada ou desconhecida. Para o recém-nascido, a determinação é de substituição do aleitamento materno por fórmula infantil (leite em pó) e uso de antirretrovirais. A medida consta do Plano de Redução da Transmissão Vertical do HIV e da Sífilis, lançado em 2007 e pactuado com estados e municípios.
Em relação à forma de transmissão entre os maiores de 13 anos de idade prevalece a sexual. Nas mulheres, 94,9% dos casos registrados em 2009 decorreram de relações heterossexuais com pessoas infectadas pelo HIV. Entre os homens, 42,9% foram por relações heterossexuais, 19,7% homossexuais e 7,8% bissexuais. O restante foi por transmissão sanguínea e vertical.
Apesar de o número de casos no sexo masculino ainda ser maior entre heterossexuais, a epidemia no país é concentrada. Isso significa que a prevalência da infecção na população de 15 a 49 anos é menor que 1% (0,61%), mas é maior do que 5% nos subgrupos de maior risco para a infecção pelo HIV – como homens que fazem sexo com homens, usuários de drogas injetáveis e profissionais do sexo.
O coeficiente de mortalidade vem-se mantendo estável no país, a partir de 1998 (em torno de 6 óbitos por 100 mil habitantes). Observa-se queda no Sudeste, estabilização no Centro-Oeste e Sul. Norte e Nordeste registram queda no número de óbitos



 

Médicos franceses descobrem proteína que evita replicacão do HIV

Duas equipes médicas das universidades francesas de Estrasburgo e de Marselha descobriram uma proteína que impede a replicação do vírus causador da Aids. A novidade foi anunciada nesta quinta-feira (1º) na França.
Como não consegue se reproduzir, esses micro-organismos precisam entrar em células de outros seres vivos para se perpetuarem. Agora, os pesquisadores desvendaram as propriedades da proteína HBPB para inibir a replicação do vírus HIV. Segundo um comunicado dos cientistas, a pesquisa feita in vitro mostra uma opção terapêutica que ainda não havia sido pensada.
Apesar de já ser conhecida, só agora a ciência descobriu o uso da HBPB contra as cepas (tipos) clássicas do vírus e as resistentes ao remédio AZT, a mais famosa das armas terapêuticas para controlar o avanço da Aids.
O próximo passo dos franceses será testar a eficiência da nvoa terapia em modelos in vivo. Apesar da esperança, a produção em grande escala dessa proteína não será possível antes de vários anos de pesquisa - incluindo testes clínicos em voluntários.
Por enquanto, os cientistas comemoram que a técnica não apresentou nenhum efeito colateral. Eles afirmam que os testes em animais e em humanos são muito caros e precisariam custear as novas fases dos estudos.

http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2011/09/medicos-franceses-descobrem-proteina-que-evita-replicacao-do-hiv.html

Cresce incidência de Aids e sífilis entre índios na Amazônia

MANAUS - A colonização da Amazônia por europeus dizimou milhões de indígenas da região, no século XVI, ao trazer doenças desconhecidas pelos nativos. Até uma simples gripe era fatal para este grupo. Atualmente, enfermidades do “homem branco” voltam a assustar os habitantes da Floresta. Índices preocupantes de uma pesquisa do Ministério da Saúde (MS) mostram o crescimento de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), como sífilis e Aids, em aldeias indígenas.
Mais de 45 mil pessoas que vivem em aldeias remotas ou em localidades de difícil acesso no Amazonas e Roraima passaram por testes médicos. Cerca de 18,59% dos índios avaliados apresentaram resultado positivo para a sífilis apenas na região do Alto Solimões. O número representa um índice elevado da doença, até mesmo comparados à estatística da população geral do país. Também foram estudadas as áreas do Leste de Roraima, Alto Rio Negro, Médio Solimões, Vale do Javari e terras indígenas próximas à Manaus.
Já o vírus HIV, causador da Aids, é encontrado com menor frequência, porém também deixa as autoridades em alerta. Enquanto o índice na população geral do país o número de soropositivos é de 0,6%, entre os povos indígenas os dados chegam a 3,4% em aldeias do Alto Rio Negro. A prevalência da doença em indígenas gestantes também preocupa: 0,08% das futuras mães de todas essas tribos possuem a doença e, sem tratamento adequado, podem transmitir para os bebês.
De acordo com a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), as DSTs são transmitidas por fatores internos, como o desconhecimento sobre as doenças, abuso de álcool e a viagem de indígenas a centros urbanos; e externos, como a ocupação ilegal de não-indígenas, o trabalho de missões religiosas e a presença das Forças Armadas em áreas remotas.
Outro fator alarmante é a resistência destes povos ao uso de métodos para prevenir as DSTs, além da própria falta de conhecimento destes. O antropólogo Christian Ávila explicou ao Portal Amazônia que, se até mesmo na sociedade moderna há oposição ao uso de preservativos, essa característica é muito maior dentro das aldeias.
- Para algumas etnias é considerado errado. Há também o problema da logística: é dificílimo encontrar ‘camisinhas’ nas aldeias. Estes produtos não chegam lá com tanta frequência - afirmou.
Combate às DSTs
Atualmente, o Ministério da Saúde realiza prevenção diferenciada com povos indígenas. Em nota, a pasta informou que as ações são realizadas respeitando as especificidades de cada cultura.
- A abordagem e o aconselhamento é pensado e trabalhado nas aldeias dentro da peculiaridade de cada etnia. Os resultados obtidos devem ser enfrentados de acordo com a ética da medicina ocidental, mas o modo como cada etnia entende essas doenças também está nos planos de ações.
O tratamento nos casos de diagnóstico de sífilis é realizado na própria aldeia e tem início imediatamente após a confirmação da doença. Os portadores de HIV são removidos para centros do Sistema Único de Saúde (SUS), em municípios próximos das aldeias onde vivem.

http://extra.globo.com/noticias/brasil/cresce-incidencia-de-aids-sifilis-entre-indios-na-amazonia-2568999.html