terça-feira, 20 de novembro de 2012

Cerca de 500 mil pessoas vivem com HIV no Brasil; 27% delas não sabem

Entre 490 mil e 530 mil brasileiros estão infectados com HIV. Entre eles, 135 mil não sabem que têm o vírus, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (20) pelo ministro da Saúde Alexandre Padilha, em parceria com o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids).





O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante anúncio dos dados do boletim epidemiológico do HIV no Brasil, nesta terça-feira (Foto: Elza Fiuza/ABr )

O levantamento mostra que a incidência da aids no país, em 2011, foi 20,2 casos para cada 100 mil habitantes. No mesmo período, foram registrados 38,8 mil novos casos da doença – a maioria nos grandes centros urbanos. A região Sudeste apresentou redução na taxa de incidência. Por outro lado, as regiões Sul, Norte e Nordeste registraram tendência de aumento de casos. No Centro-Oeste, a epidemia é considerada estável.

Segundo o balanço, o coeficiente nacional de mortalidade caiu de 6,3 mortes para cada 100 mil habitantes em 2000 para 5,6, em 2011. Na última década, o país apresentou uma média de 11.300 mortes por ano provocadas pela aids. Outro dado de destaque trata do acesso de gestantes ao teste rápido de diagnóstico durante o pré-natal. Em 2004, a cobertura era 63%, e passou para 84% no ano passado.

Atualmente, 217 mil brasileiros com o vírus HIV estão em tratamento. O ministro da Saúde avaliou que o país registra forte adesão à terapia antirretroviral, pois mais de 70% dos pacientes apresentam carga viral indetectável após seis meses de tratamento.  Isso significa que as pessoas que têm a infecção e recebem medicamentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) estão vivendo cada vez mais.

Em 2006, 32% dos pacientes soropositivos chegavam ao serviço de saúde com contagem das células CD4 superior a 500 por mm³, indicativo de que o sistema imunológico ainda não está comprometido. Em 2010, o percentual subiu para 37%. Ainda assim, a estimativa do governo brasileiro é que 30% dos infectados chegam ao serviço de saúde tardiamente.

Mobilização para testes de HIVO Ministério da Saúde, em parceria com estados, municípios e sociedade civil, irá realizar uma mobilização nacional para testagem de sífilis, HIV e hepatites virais (B e C), a partir desta quinta-feira (22) até 1º de dezembro. Durante estes 10 dias, todas as pessoas que desejarem saber sua condição podem procurar as unidades da rede pública e os Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA), em todo o país.

Com apenas uma gota de sangue colhida, o resultado do teste rápido sai em 30 minutos. A pessoa recebe aconselhamento antes e depois do exame, e em caso positivo, é encaminhada para o serviço especializado.
 “O diagnóstico precoce produz dois impactos positivos: o individual e o coletivo. Primeiro, é importante que o paciente saiba que está infectado, isso possibilita um tratamento eficaz e mais rápido, reduzindo os riscos e melhorando a qualidade de vida. Segundo, reduz a carga viral negativa. Viver com HIV não é simples, mas saber é muito melhor", afirmou o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa.

Crescimento da Aids entre os jovens preocupa ministro da Saúde

'Essa geração não acompanhou o início da luta contra a Aids', diz Padilha. Brasil possui entre 490 mil e 530 mil pessoas infectadas pelo vírus HIV.
O crescimento dos casos de Aids entre os jovens, especificamente entre os homossexuais, é uma das “grandes preocupações” do Ministério da Saúde, afirmou nesta terça-feira (20) o ministro Alexandre Padilha. A informação foi divulgada durante apresentação, que apontou ainda o novo número de pessoas infectadas pelo vírus HIV no país.
Segundo levantamento da pasta, com informações do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o HIV/Aids (Unaids), o Brasil tem atualmente entre 490 mil e 530 mil soropositivos. Dado anterior, de 2010, utilizado pelo governo até então apontava que o país abrigava 630 mil infectados.
Para o ministério, a queda é decorrente de trabalhos de prevenção. No entanto, mudanças na metodologia de pesquisa -- que passou a abranger mais cidades brasileiras -- causaram a redução do índice.
Os novos dados revelaram ainda um aumento na contaminação de jovens homossexuais, com idade entre 15 e 24 anos. Em 2002, homossexuais com essa faixa etária eram pouco menos de 40% dos casos. Novos dados apresentados apontam que essa mesma camada da população já ultrapassou os 50% dos casos.
"Essa geração não acompanhou o início da luta contra a Aids e nem perdeu ídolos por causa da doença, por isso a importância da sensibilização", argumentou Padilha.
'Fique Sabendo' Por isso, os jovens são um público-alvo importante do programa “Fique Sabendo”, que vai oferecer testes rápidos para detectar HIV, hepatite e sífilis. A meta do Ministério da Saúde é examinar 500 mil pessoas no período.
Para atingir esse público específico, o Ministério pretende levar a campanha de mobilização para locais frequentados por jovens – com atenção especial para os homossexuais –, como boates e bares. Além disso, a campanha será feita nas redes sociais, assim como no rádio e na televisão.
Entre 2005 e 2011, o número de exames rápidos feitos no país aumentou de 528 mil para 2,3 milhões, pelo programa "Fique Sabendo". Só este ano, de janeiro a setembro, foram distribuídas 2,1 milhões de unidades, e a expectativa do governo é encerrar 2012 com uma remessa de 2,9 milhões de testes só para detectar o vírus da Aids.
Cerca de 38 mil casos são diagnosticados anualmente no país. Quanto antes é descoberto o vírus, mais eficaz é o tratamento. Segundo o Ministério, cerca de 70% das pessoas que tomam o coquetel antirretroviral apresentam cargas virais indetectáveis.
A nova campanha começa na próxima quinta-feira (22) e vai até 1º de dezembro, o Dia Mundial da Luta contra a Aids.
Por região A região com a maior concentração de casos da doença no país é o Sudeste, com 43,8% do total. Porém, na taxa de incidência por habitante, a doença aparece mais nos estados do Sul – o Rio Grande do Sul lidera a lista, com 40,2 casos para 100 mil habitantes, seguido pela Santa Catarina, com 36,4. O vírus é mais comum nas cidades maiores – acima de 500 mil habitantes –, e tem seus menores índices nos municípios com menos de 50 mil pessoas.
Porém, os números desses locais estão razoavelmente estáveis, e o que mais chama a atenção do Ministério nos novos dados é o aumento na quantidade de infectados nas regiões Norte e Nordeste. "Precisamos aumentar a capacidade de testagem e melhorar a qualidade dos serviços de tratamentos nessas regiões o quanto antes," destacou Padilha.
Ainda segundo o governo, das 530 mil pessoas que estão com o vírus HIV no país, 217 mil estão em tratamento e 130 mil ainda não sabem que estão contaminadas, segundo o ministério. "Nossa meta com a campanha é fazer com que pessoas que façam parte desses 130 mil, tomem conhecimento e comecem a se tratar," disse o ministro.
O levantamento aponta ainda que o número de mortes se mantém estável no Brasil, com uma média de 11,3 mil óbitos por ano ao longo dos últimos dez anos. A pasta atribui a estagnação dos números ao aumento do uso de preservativos, juntamente com o tratamento, à base de medicamentos antirretrovirais.
"Um diagnóstico precoce, juntamente com o tratamento, estão fazendo o número de mortes diminuir e a qualidade de vida dos pacientes aumentar", afirmou Pedro Chequer, coordenador do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o HIV/Aids (Unaids) no Brasil.
Desde 2008, o exame é produzido no Brasil, pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Nova vacina contra a aids mata células infectadas Pesquisa usa 'células assassinas' que destroem as células infectadas pelo HIV. Em teste com macacos, maioria teve a doença controlada

Um estudo conduzido em conjunto por pesquisadores da Universidade de Miami e do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) abre um novo caminho na pesquisa de uma vacina para o vírus HIV, causador da aids. O estudo, liderado por David Watkins, professor do Departamento de Patologia da Universidade de Miami, foi publicado esta semana no site da revista Nature. Ao invés de realizar testes com anticorpos, como tem sido feito atualmente, a equipe trabalhou com uma célula do sistema imunológico, a T CD8, considerada potencial "assassina" das células que reproduzem o HIV. "O vírus usa as células T CD4 como uma 'fábrica'", onde se replica, gerando mais vírus, que vão infectar outras células T CD4. A T CD8 mata as células infectadas", diz Myrna Bonaldo, chefe do Laboratório de Biologia Molecular de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e integrante do grupo que conduziu a pesquisa.
CONHEÇA A PESQUISA Título original: Vaccine-induced CD8+ T cells control AIDS virus replication Onde foi divulgada: revista Nature Quem fez: Myrna C. Bonaldo, Ricardo Galler, David B. Allison, Michael Piatak Jr, Ashley T. Haase, Jeffrey D. Lifson, Todd M. Allen e David I. Watkins Instituição: Universidade de Miami e Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz Dados de amostragem: 16 macacos rhesus, divididos em dois grupos Resultado: 6 dos 8 macacos que receberam a vacina experimental se tornaram capazes de controlar o vírus SIV (correspondente ao HIV nos humanos) e não desenvolveram a doença. Entre os 8 que não foram vacinados, apenas 1 conseguiu controlar o vírus.
A inspiração veio da descoberta de um grupo de pessoas, os chamados "controladores de elite”, que possuem o vírus do HIV, mas não desenvolvem a aids. De acordo com Watkins, apenas uma a cada 300 pessoas infectadas pelo HIV pode controlar a replicação do vírus no organismo e não desenvolver a doença. O pesquisador conta que há cinco anos foi descoberto que entre macacos rhesus também havia aqueles capazes de controlar a replicação do SIV, vírus responsável pela aids nos primatas.
Estudos realizados com os controladores de elite mostraram que 70% deles possuía um genótipo em comum. Para descobrir se esse genótipo estava relacionado ao controle do vírus, a equipe desenvolveu vacinas que estimulavam a produção da T CD8 e aplicou apenas em macacos que possuíam esse genótipo específico (que é similar ao dos humanos). Em seguida, os macacos foram infectados com o vírus SIV.
"Quando o vírus começa a se multiplicar, as T CD8 impedem a replicação de células infectadas, mas isso leva um tempo, porque elas estão presentes em uma quantidade muito baixa inicialmente", afirmou Watkins ao site de VEJA. "O que nós fizemos foi colocar as células assassinas em maior quantidade no organismo antes do vírus chegar", completa.
Os macacos testados foram divididos em dois grupos de oito animais cada. Um grupo recebeu a vacina antes do vírus e o outro recebeu apenas o vírus. Entre os que foram vacinados, todos controlaram o vírus nas primeiras 10 semanas. Após esse período, em dois deles a quantidade de vírus começou a crescer. Os pesquisadores descobriram que isso ocorreu porque o vírus sofreu mutações que impediram que ele fosse reconhecido pela T CD8. Dessa forma, foram gerados 6 controladores de elite, enquanto no grupo que não foi vacinado, apenas um animal se mostrou capaz de controlar o vírus.
Genética - A variação no DNA encontrada na maior parte dos controladores de elite é identificada pelos códigos HLA-B*57 e HLA-B*27. Nas pessoas que possuem uma dessas variações, há uma espécie de ‘balde’ na superfície das células infectadas pelo HIV, que contém uma parte do vírus. É isso o que mostra para T CD8 que aquela célula está infectada e deve ser eliminada. Estima-se que uma a cada dez pessoas apresente esse genótipo, mas a porcentagem varia muito conforme a população analisada. “Não sabemos por que nem todo mundo que tem o genótipo é um controlador de elite. Isso ainda é um mistério”, lembra Myrna Bonaldo.
Participação brasileira - As vacinas foram criadas a partir de uma metodologia desenvolvida pela Fiocruz, que utiliza a vacina de febre amarela como “base” na qual são feitas modificações genéticas que podem levar ao combate de outras doenças. Além de Myrna Bonaldo, participaram do estudo outros três pesquisadores Brasileiros: Ricardo Galler (pesquisador de Bio-Manguinhos/Fiocruz), Marlon Santana (bolsista do Laboratório de Biologia Molecular de Flavivírus do IOC/Fiocruz) e Maurício Martins (brasileiro que integra a equipe de David Watkins).
As vacinas continham partes do vírus SIV e estimulavam a produção de três variações da T CD8. A diferença entre elas é que cada uma tem como alvo, ou seja, é capaz de reconhecer, partes diferentes do vírus. “Podemos pensar no vírus como um colar, com uma longa sequência de pérolas, que são os aminoácidos. Cada tipo de TCD8 consegue identificar uma região com oito aminoácidos”, explica Watkins.
Expectativas - "Os resultados obtidos neste estudo podem ajudar o estabelecimento de estratégias de vacinação para o HIV", afirma Myrna Bonaldo. "Uma vacina eficaz provavelmente precisará incluir duas abordagens: tanto a de anticorpos neutralizantes quanto a de produção de células T CD8 protetoras."
Para Watkins, os próximos passos da pesquisa são descobrir qual das três variações de T CD8 é a mais eficaz para inibir a replicação do HIV e realizar testes em macacos que não possuem o genótipo específico.
O pesquisador prefere não fazer previsões sobre quando a vacina estará pronta para aplicação em massa. “Quando o vírus foi descoberto disseram que a gente teria a vacina em dois anos. Isso já faz 30 anos. Eu acho que vai demorar muito tempo para termos a vacina, mas isso não quer dizer que não possa acontecer uma descoberta no ano que vem que mude o jeito que a gente pensa sobre isso. Essa é a natureza da ciência”, afirma.
http://veja.abril.com.br/noticia/saude/nova-vacina-contra-a-aids-mata-celulas-infectadas

Brasileiro desenvolve vacina experimental mais eficaz contra vírus da aids

Londres, 24 out (EFE).- Uma vacina com a combinação de cinco anticorpos, testada em ratos e fruto do trabalho do imunologista brasileiro Michel Nussenzweig, conseguiu manter os níveis do vírus da aids (HIV-1) abaixo dos detectáveis durante mais tempo que os tratamentos atuais, informou nesta quarta-feira a revista 'Nature'. Este tratamento experimental, composto por cinco potentes anticorpos monoclonais (idênticos entre si porque são produzidos pelo mesmo tipo de célula do sistema imunológico), foi desenvolvido pela equipe do cientista brasileiro e membro da Academia Americana de Ciências na Universidade Rockefeller em Nova York. O cientista administrou os anticorpos em ratos 'humanizados', que dispõem de um sistema imunológico idêntico ao humano, permitindo que sejam infectados com o vírus HIV. Estima-se que esta é uma fórmula que poderia evitar a infecção de novas células. Nussenzweig observou que, desde que foi iniciado o tratamento, a carga viral tinha caído para níveis abaixo dos detectáveis, e assim se mantiveram por até 60 dias após o término do tratamento. Em seguida, o cientista comparou os resultados com os obtidos ao tratar ratos com uma combinação de três anticorpos monoclonais e, também, com um tratamento baseado em um único anticorpo. Ao tratar os roedores com uma vacina com três anticorpos, o HIV se manteve em níveis baixos até 40 dias após o fim do tratamento, enquanto a monoterapia só permitiu que o vírus não fosse detectado durante o tempo em que o rato estava recebendo o tratamento (cerca de duas semanas). 'O experimento demonstrou que combinações distintas de anticorpos monoclonais são eficazes na hora de suprimir a replicação do HIV em ratos 'humanizados', por isso podem prevenir a infecção e servir para o desenvolvimento de novos tratamentos', defendeu o especialista em seu artigo. Na atualidade, o tratamento anti-retroviral em humanos consiste em combinar pelo menos três drogas antivirais para minimizar o surgimento de vírus mutantes resistentes aos remédios. No entanto, o HIV se armazena em uma espécie de 'depósito' ou reservatório viral, o que faz com que a carga viral do paciente se eleve quando o tratamento farmacológico é interrompido, e o vírus volta a aparecer depois de 21 dias. Apesar dos resultados promissores de Nussenzweig, ainda serão necessários testes clínicos que permitam avaliar a eficácia do tratamento em humanos e medir os efeitos sobre a infecção em longo prazo. EFE
http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2012/10/brasileiro-desenvolve-vacina-experimental-mais-eficaz-contra-virus-da-aids.html

terça-feira, 31 de julho de 2012

Mais 34 milhões de pessoas vivem com HIV no mundo, afirma ONU

A África Subsaariana registra o maior número de pessoas infectadas, com 23,5 milhões, seguida pela Ásia Meridional e Sul-oriental, com 4,2 milhões
Relatório divulgado nesta quarta-feira (18) pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) indica que 34,2 milhões de pessoas vivem com HIV no mundo, sendo 30,7 milhões de adultos, 16,7 milhões de mulheres e 3,4 milhões de menores de 15 anos.
A África Subsaariana registra o maior número de pessoas infectadas, com 23,5 milhões, seguida pela Ásia Meridional e Sul-oriental, com 4,2 milhões. A Oceania tem a menor estimativa com 53 mil infectados. Na América Latina, são 1,4 milhão.
Dados indicam ainda que, em 2011, 2,5 milhões de novas infecções foram identificadas no mundo, sendo 2,2 milhões em adultos e 330 mil em menores de 15 anos. O número representa mais de 7 mil novas infecções por dia e 97% delas foram notificadas em países de baixa e média renda.
A África Subsaariana lidera o ranking com 1,7 milhão de novas infecções. Em seguida, aparecem a Ásia Meridional e Sul-oriental (300 mil) e a Europa Oriental e Ásia Central (170 mil). Na América Latina, 86 mil pessoas foram infectadas pelo vírus em 2011.
Já as mortes provocadas pelo HIV no mesmo período totalizaram 1,7 milhão, sendo 1,5 milhão entre adultos e 230 mil entre menores de 15 anos de idade. Na América do Norte, 20 mil pessoas morreram no ano passado em decorrência do HIV; na região do Caribe, 10 mil; na América Latina, 57 mil; na Europa Ocidental e Central, 9,3 mil; na Europa Oriental e Ásia Central, 90 mil; na Ásia Oriental, 60 mil; na Ásia Meridional e Sul-oriental, 270 mil; no Norte da África e Oriente Médio, 25 mil; na África Subsaariana, 1,2 milhões; e na Oceania, 1,3 mil.
O coordenador do Unaids no Brasil, Pedro Chequer, explicou que o alto número de pessoas com HIV no mundo é reflexo da queda das mortes provocadas pela doença, sobretudo em razão da ampliação do acesso a medicamentos antirretrovirais.
“São pessoas que estão vivendo mais e não morrendo, como antes”, disse. “Esta é a primeira vez que a ONU publica um relatório com uma perspectiva positiva, de que poderemos alcançar em 2015 o controle da epidemia”, completou.
Ele destacou a queda de registros da doença na África Subsaariana, resultado pouco esperado diante das perspectivas apresentadas nos anos 1980 e 1990. Mas ressaltou que a doença avança na Rússia e na Ásia Central.
Chequer alertou também que as mulheres representam quase a metade do contingente de pessoas que vivem com HIV no mundo. Segundo ele, há preocupação, em particular, com as novas infecções entre mulheres e homossexuais jovens.
http://www.gazetadopovo.com.br/saude/conteudo.phtml?tl=1&id=1276429&tit=Mais-34-milhoes-de-pessoas-vivem-com-HIV-no-mundo-afirma-ONU

Nobel de Medicina diz que cura da aids está à vista

Françoise Barre-Sinoussi citou o caso de paciente de Berlim que parece ter sido curada por um transplante de medula óssea, "o que prova que encontrar uma maneira de eliminar o vírus do corpo é realista"
A virologista francesa Françoise Barre-Sinoussi, que ganhou o Prêmio Nobel de Medicina em 2008 como parte de uma equipe que descobriu o vírus da imunodeficiência humana (HIV), diz que a cura para a aids está à vista, após o anúncio das últimas descobertas. Ela citou o caso de paciente de Berlim que parece ter sido curada por um transplante de medula óssea, "o que prova que encontrar uma maneira de eliminar o vírus do corpo é realista". Outras fontes de otimismo, segundo Barre-Sinoussi, são a pequena minoria de pacientes, menos de 0,3%, que não apresentam sintomas da doenças mesmo sem nunca receber tratamento, e um pequeno grupo na França, que recebeu medicamentos antirretrovirais e agora vive sem tratamento ou sintomas da doença. "Há esperança... mas não me pergunte para uma data porque não sabemos." A virologista também disse que seria possível "em princípio" eliminar a pandemia da aids até 2050, se as barreiras ao acesso a medicamentos forem eliminadas. Aproximadamente 25 mil pessoas devem participar de uma manifestação no domingo, em Washington, para exigir uma ação global mais firme contra a epidemia. O número de mortes pela infecção está em queda em várias partes do mundo, enquanto o número de pessoas em tratamento subiu 20% entre 2010 e 2011, alcançando 8 milhões de pessoas, a maioria nos países mais pobres. Mais que 34 milhões de pessoas no mundo todo estão vivendo com o vírus HIV, e 30 milhões morreram de doenças relacionadas à aids desde a década de 80, quando a doença foi descoberta, de acordo com a Agência das Nações Unidas de Luta contra a Aids (Unaids). As informações são da Dow Jones.

Igreja acolhe homossexuais abandonados pelos familiares

terça-feira, 17 de julho de 2012

Unaids fica satisfeita após autorização dos EUA de tratamento preventivo

Comprimido de Truvada, aprovado como preventivo, para ser usado antes de um contato com o HIV
A Agência das Nações Unidas de Luta contra a Aids (Unaids) comemorou nesta terça-feira (17) a aprovação nos Estados Unidos do primeiro tratamento preventivo contra a síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids). Segundo um comunicado publicado em Genebra, a Unaids indica que se trata de um "tratamento destinado a prevenir a transmissão sexual do HIV para pessoas que não possuem o HIV, mas que são consideradas pessoas de risco". A Agência Americana de Medicamentos (FDA) aprovou nesta segunda-feira o lançamento no mercado deste tratamento, o antirretroviral Truvada, que, segundo as autoridades, contribuirá para reduzir o número de novas infecções. O Truvada, tomado diariamente, está destinado a "ser utilizado como um profilático antes de um contato com o HIV (vírus da imunodeficiência humana). Deverá ser combinado com medidas de prevenção - detecção regular e tratamento de outras doenças venéreas - para impedir a transmissão do vírus entre adultos de alto risco", destacou a agência. "O Truvada não pode substituir as práticas sexuais seguras", insistiu a FDA em um comunicado. Esta autorização foi dada pouco antes da conferência internacional sobre a Aids que irá ocorrer em Washington de 22 a 27 de julho. O custo deste tratamento é de 12 a 14 mil dólares anuais.

Arsenal de remédios poderá ajudar a acabar com a Aids, afirma OMS

Trinta anos depois da epidemia de Aids, ainda não foi encontrada uma cura para a doença, mas um crescente arsenal de remédios poderá, algum dia, ajudar a por fim a novas infecções, afirmou o diretor do departamento de HIV/Aids da Organização Mundial da Saúde, Gottfried Hirnschall.
A chave é encontrar a maneira de administrar melhor os últimos avanços, disse Hirnschall em uma entrevista à AFP durante visita a Washington, antes da Conferência Internacional sobre a Aids, que começa nesta cidade no próximo domingo, 22 de julho.
Os remédios antirretrovirais podem reduzir o risco de que as pessoas infectadas transmitam o vírus e evitar que as pessoas saudáveis sejam infectadas através de relações sexuais com parceiros com HIV, apesar dessas novas possibilidades gerarem controvérsia.
Esses medicamentos salvaram cerca de 700.000 vidas em todo o mundo só em 2010, algo extraordinário segundo os especialistas.
As conquistas nas pesquisas e o progresso em alguns países "demonstram que é possível avançar muito significativamente na ampliação da resposta e inclui começar a pensar na eliminação das novas infecções", disse Hirnschall.
O mundo tem agora 26 antirretrovirais (conhecidos como ARV) no mercado e mais em desenvolvimento para o tratamento de pessoas com o vírus da imunodeficiência humana (HIV), que infectou 60 milhões de pessoas e matou 25 milhões desde o início da epidemia.
  • Novos métodos ajudam a prevenir contágio por HIV
"Temos um arsenal bem grande de drogas disponíveis", disse Hirnschall, levando em conta que os medicamentos são melhores agora do que costumavam ser - menos tóxicos, mais robustos, menos propensos a desencadear resistência e mais toleráveis - mas ainda não são perfeitos.
Os efeitos colaterais continuam sendo uma preocupação e as autoridades estão vigiando cuidadosamente o surgimento de resistências. A OMS se prepara para lançar esta semana seu primeiro relatório global sobre resistência aos medicamentos em países de renda baixa e média.
Estudos recentes demonstraram os benefícios potenciais de iniciar o tratamento mais cedo, antes que a carga viral seja muito alta, como uma forma de proteger a saúde de uma pessoa infetada e diminuir o risco de transmitir a enfermidade ao parceiro.

Antirretrovirais para evitar o HIV
A pesquisa sobre o uso dos ARV como uma maneira de prevenir o HIV nas pessoas sãs - também conhecido como 'profilaxia pré-exposição' (PrEP) - mostrou resultados contraditórios.
Foram promissores em casais heterossexuais e gays que tomaram as pílulas com diligência. Contudo, um importante estudo em mulheres africanas não mostrou nenhum tipo de proteção dos ARV em comparação com um placebo.
"Isso, provavelmente, será o centro do debate na conferência: quando é apropriado iniciar o tratamento e como aproveitar ao máximo as vantagens dos antirretrovirais para a prevenção em um sentido mais amplo", disse Hirnschall.
A Agência Federal de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira a aprovação do Truvada, do laboratório Gilead Sciences, como primeira pílula para ajudar a prevenir o HIV em alguns grupos de risco.
"O Truvada é para utilizar na profilaxia prévia à exposição em combinação com práticas de sexo seguro para prevenir as infecções do HIV adquiridas por via sexual em adultos de alto risco. O Truvada é o primeiro remédio aprovado com esta indicação", afirmou a FDA.
O Truvada é encontrado no mercado americano desde 2004 como tratamento para pessoas infectados com HIV, indicado em combinação com outros remédios antirretrovirais.
Muitas pessoas estão preocupadas com a ética da prescrição de medicamentos contra o HIV a pessoas saudáveis, quando um grande número de pessoas infectadas em todo o mundo ainda não tem acesso a tratamentos que salvam vidas.
Alguns grupos de alto risco continuam sendo difíceis de alcançar, como os trabalhadores sexuais e os usuários de drogas injetáveis, muitas vezes excluídos do tratamento devido a leis restritivas.
"Em muitos países onde (os usuários de drogas) constituem o grupo de maior risco, têm menor acesso ao tratamento", disse Hirnschall.
A OMS também prepara diretrizes para a administração de antirretrovirais como prevenção para as pessoas saudáveis, que devem ser divulgadas na conferência.
A profilaxia pré-exposição "é um enfoque promissor. Acreditamos que, provavelmente, se transforme em um nicho de intervenção de certos indivíduos nos quais outras prevenções podem não ser acessíveis ou difíceis de implementar", disse Hirnschall.
"Há muito poucas pílulas mágicas, mas é uma intervenção adicional que poderá se somar ao arsenal de intervenções que temos", disse Hirnschall.
"O objetivo não é só fixar as políticas, mas realmente ter a capacidade e os recursos necessários para colocá-las em prática".

http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/afp/2012/07/17/arsenal-de-remedios-podera-ajudar-a-acabar-com-a-aids-afirma-oms.htm

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quinta-feira, 5 de julho de 2012

Ministério da Saúde apoia organizações da sociedade civil

O Ministério da Saúde publicou edital para seleção de projetos de ONG que atuam em rede nas áreas de aids e hepatites. No total, serão destinados R$ 10 milhões para projetos que tenham como foco prioritário usuários de drogas, gays e profissionais do sexo.
A iniciativa do Ministério da Saúde tem como objetivo aprimorar a resposta ao HIV/aids e às hepatites virais e fortalecer a parceria com os movimentos sociais. Podem participar organizações da sociedade civil que comprovem ter desenvolvido, nos últimos três anos, atividades voltadas à prevenção e à promoção do diagnóstico entre o público específico beneficiário do projeto.
Este edital é resultado da cooperação técnica entre o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde, o Banco Mundial (BIRD) e o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC). O valor máximo permitido por proposta é de R$ 360 mil.
Mais informações, a fonte desta notícia e o link para o edital desta oportunidade podem ser encontrados na página indicada pelo link abaixo:
http://www.aids.gov.br/noticia/2012/aberta_selecao_de_projetos_de_ong_que_atuam_em_rede_nas_areas_de_aids_e_hepatites

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Conheça o homem que deixou de ter Aids após transplante


Um caso inédito chamou atenção no Simpósio Internacional sobre HIV, na França: o do americano Timothy Brown. Ele é o único homem do mundo que deixou de ter o vírus da Aids, graças a um transplante de medula óssea.

Luta contra drogas gerou pandemia de Aids, aponta relatório global

Os governos de todo o mundo fracassaram em suas campanhas de luta contra a droga e suas ações neste sentido provocaram uma verdadeira pandemia de Aids entre os usuários de drogas, aponta um relatório publicado nesta terça-feira (26_. O estudo, intitulado "A guerra contra a droga e o HIV/Aids: como a criminalização do uso de drogas alimenta a pandemia global" foi elaborado pela Comissão Global de Política sobre Drogas, que, entre seus signatários, figuram seis ex-presidentes, incluindo o brasileiro Fernando Henrique Cardoso. A publicação deste relatório antecede a Conferência Mundial sobre a Aids, que reunirá uma série de especialistas, voluntários e autoridades em Washington entre os dias 22 e 27 de julho. Em seu relatório, a comissão qualifica a luta global contra a droga como um "fracasso", já que a mesma aproxima os usuários não violentos dos presídios e os afastam dos sistemas públicos de saúde, um fato que foi determinante para o aumento de pessoas infectadas pelo HIV. Neste caso, a principal forma de contágio é o uso compartilhado de seringas. Com base nos dados deste estudo, os analistas criticam duramente o "notável fracasso das políticas de luta contra a droga" na redução da provisão mundial de opiáceos ilegais, como a heroína - cuja oferta aumentou 380% entre 1980 e 2010, enquanto seus preços tornam-se cada vez mais baixos. O relatório se volta contra os governos dos Estados Unidos, China, Rússia e Tailândia por "ignorar a evidência científica, as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e por não investir na implementação de programas de prevenção ao HIV", o que gerou "consequências devastadoras". Segundo os dados deste grupo de especialistas, um quarto dos americanos infectados com HIV passou por penitenciárias pelo menos uma vez ao ano. Por outro lado, o documento exalta a atuação de países como a Austrália, Portugal ou Suíça, onde "a dependência é tratada como um problema de saúde" e os índices de HIV entre drogados foram quase zerados. A luta contra a droga também afetou o crime organizado, denuncia o relatório, que ressalta que desde 2006 a guerra das forças de segurança do México contra os cartéis de droga resultou na morte de aproximadamente 50 mil pessoas e causou 10 mil desaparições. No entanto, esta ação não freou a produção de heroína no país, que aumentou 340% na última década, apontam os autores, entre eles os ex-presidentes César Gaviria (Colômbia), Ernesto Zedillo (México) e Ricardo Lagos (Chile). Além de reprovar as ações antidrogas vigentes, o relatório propõe reformas que consigam "quebrar o tabu", como substituir a pena de prisão por atendimento médico e programas de desintoxicação. Outras medidas também poderiam apresentar resultados positivos, caso da descriminalização da maconha, distribuição de seringas descartáveis e programas de prescrição de heroína.
http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/efe/2012/06/26/luta-contra-drogas-gerou-pandemia-de-aids-aponta-relatorio-global.htm
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Leite materno humano bloqueia transmissão do HIV a ratos "humanizados"

Um experimento realizado na Universidade da Carolina do Norte mostrou que, em ratos "humanizados", o leite materno humano impede a transmissão oral do vírus HIV, informou na última quinta-feira (14) a revista Public Library of Science Pathogens. "Primeiro, entre os ratos reconstituídos para que se tornassem suscetíveis a doenças humanas como a Aids e que foram expostos ao vírus HIV, 100% foram infectados", disse à Agência Efe o autor principal do estudo, J. Víctor García, graduado em 1979 pelo Instituto Tecnológico e de Estudos Superiores de Monterrey (México). Já quando os cientistas administraram HIV misturado com leite materno humano saudável, 100% ficaram livres da infecção, destacou o pesquisador. As estatísticas indicam que mais de 15% das novas infecções com o vírus HIV ocorrem em bebês e, sem tratamento, apenas 65% deles sobrevive mais de um ano, enquanto menos da metade chega aos dois anos de vida. O artigo indica que, embora se atribua ao aleitamento um número significativo dessas infecções, a maioria dos bebês amamentados pelas mães soropositivas não tem a infecção, apesar da exposição prolongada e repetida. Para resolver a questão sobre se o aleitamento transmite o vírus ou protege contra ele, os cientistas da Escola de Medicina da UNC recorreram a um modelo de rato "humanizado" em laboratório. "Os ratos são, por essência, resistentes à maioria das doenças que afetam os humanos", ressaltou García. "Para usá-los neste tipo de estudos, é preciso torná-los parcialmente humanos". "Estes ratos são trabalhados um por um, introduzindo-lhes células-tronco da medula óssea humana às seis semanas de idade", acrescentou o pesquisador. "As células humanas vão a todos os órgãos e áreas similares dos humanos como boca, esôfago, pulmões, intestino, fígado e sistemas reprodutivos que se enchem de células humanas". O HIV infecta somente os chimpanzés e os humanos, mas só deixa os humanos doentes. Com a reconfiguração de células humanas, os ratos tornam-se suscetíveis à infecção com o HIV. Em seguida, a equipe de García, que trabalhou com mais de 50 ratos "humanizados", administrou em alguns deles o leite de mães saudáveis misturado com HIV, e a outros apenas o HIV, em ambos os casos por via oral. "Os ratos sensíveis à infecção e que receberam só o vírus adoeceram. Já os que receberam o vírus com leite materno não adoeceram". "A próxima etapa do estudo é determinar se o leite de mães infectadas tem o mesmo efeito", anunciou o cientista. Mas, segundo ele, o que já foi estabelecido pela primeira parte do estudo dá novas pistas sobre o isolamento de produtos naturais que poderiam ser usados para combater o vírus.
http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/efe/2012/06/14/leite-materno-humano-bloqueia-transmissao-do-hiv-a-ratos-humanizados.htm
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Pílula 'quatro em um' torna tratamento do HIV mais 'seguro, simples e eficaz'

Célula infectada pelo HIV: nova pílula ajuda a interromper replicação do vírus
Um novo comprimido que combina quatro drogas anti-HIV em um único tratamento diário é seguro e eficaz, de acordo com um estudo publicado nos EUA. Espera-se que a "pílula quatro em um" torne mais fácil para os pacientes manter a medicação e melhorar os efeitos de seu tratamento. Um estudo publicado na revista especializada Lancet afirma que esta poderia ser uma "nova opção de tratamento". Um especialista britânico disse que a pílula era "uma grande notícia" e fazia parte de um movimento em direção a doses diárias únicas para portadores do HIV. O HIV é incurável, e o tratamento da infecção requer terapia que combina múltiplas drogas usadas para controlar o vírus. Isso pode significar tomar vários comprimidos em diferentes horários do dia. E esquecer de um significa que o corpo pode perder a luta contra o HIV. Pesquisadores e empresas farmacêuticas têm combinado alguns medicamentos em comprimidos individuais, para facilitar a administração das doses. A "pílula quatro em um" é a primeira a incluir um tipo de droga anti-HIV conhecido como um inibidor da integrase, que interrompe a replicação do vírus. 'Segura, simples, eficaz' Paul Sax, diretor clínico do Brigham and Women's Hospital, em Boston, Massachusetts, e professor associado da Harvard Medical School, disse: "A adesão dos pacientes à medicação é vital, especialmente para pacientes com HIV, onde a perda de doses pode levar o vírus a tornar-se resistente." Ele liderou a pesquisa comparando o efeito da pílula quatro em um com o do melhor tratamento disponível até então em 700 pacientes. Ele disse que a pílula quatro em um era tão segura e eficaz quanto as opções anteriores, embora houvesse um nível maior de problemas renais, entre aqueles que a tomam. "Nossos resultados fornecem uma opção adicional altamente potente e bem tolerada, e reforça a simplicidade do tratamento através da combinação de vários antirretrovirais em um único comprimido." Dr. Steve Taylor, especialista em HIV no Birmingham Heartland Hospital, disse: "Sem dúvida, o desenvolvimento de uma pílula única é um grande avanço no combate ao HIV." "Passamos um longo tempo com pessoas tomando até 40 comprimidos três vezes ao dia", diz. Ele disse que o novo comprimido foi "uma grande notícia" para as pessoas com HIV e que a pílula quatro em um aumentaria as opções de tratamento. No entanto, ele alertou que muitas pessoas ainda tinham o HIV não diagnosticado. Um quarto das pessoas com HIV no Reino Unido não sabem que estão infectadas. A pesquisa foi financiada pela empresa de biotecnologia Gilead Sciences.
http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/bbc/2012/06/29/pilula-quatro-em-um-torna-tratamento-do-hiv-mais-seguro-simples-e-eficaz.htm
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segunda-feira, 25 de junho de 2012

ONG diz que Brasil vive epidemia descontrolada de Aids

Nos últimos dez anos, 102 mil pessoas morreram Presidente do Grupo Pela Vidda, organização não-governamental dedicada ao combate à Aids, o psicanalista George Gouvea vem denunciando as falhas do programa DST/Aids do Ministério da Saúde. Para ele, o Brasil vive uma “epidemia descontrolada”, ao contrário da palavra oficial do Ministério que reafirma controle da doença. Os números oficiais dão essa certeza ao presidente do Pela Vidda. Nos últimos dez anos, pelo menos 102 mil soropositivos morreram no país e 311 mil novos casos foram notificados (dados consolidados até 2010). Apesar de os números anuais não sofrerem grandes variações (média de 11 mil mortes e 34 mil novos casos por ano), Gouvea critica o uso do termo "estabilidade" para classificar os números no Brasil. "Seria o mesmo que considerar 10 mil mortes de judeus por ano no holocausto um número estável", diz. Em recente publicação, a Fiocruz, órgão do Governo Federal, pediu uma "correção de rumo" para o programa DST/Aids no país. "Ao contrário do que se tem observado em outros países que também instituíram programas de acesso universal ao tratamento e têm observado queda na incidência de novas infecções, o Brasil não tem conseguido diminuir a incidência do HIV/Aids", aponta o documento. Para o presidente da ONG, campanhas de prevenção à Aids devem contar com a participação do público-alvo para a obtenção de resultados positivos.“Não tem como eu ir para uma esquina falar com uma travesti sobre prevenção, a travesti vai rir da minha cara e tem toda a razão de fazer isso”. O Grupo Pela Vidda atende cerca de 300 pessoas por mês e realiza assistência jurídica, reuniões de acolhimento e palestras, entre outras atividades.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Representante do programa de Aids da ONU critica governo por ceder a pressões de grupos religiosos

O representante da Unaids no Brasil, Pedro Chequer, criticou hoje o governo da presidente Dilma Rousseff, por ceder a pressões de grupos religiosos conservadores em sua política de combate à epidemia de Aids. Ele não falou diretamente em denominações religiosas, mas disse que o governo acaba “violando direitos” à medida que cede a pressões de “minorias organizadas”. Em seguida lembrou o episódio, ocorrido em fevereiro, quando o Ministério da Saúde deixou de veicular na TV o video de uma propaganda destinada a jovens gays, estimulando o uso de preservativos. No mesmo diapasão, sem se referir diretamente ao polêmico episódio do kit gay, quando o Ministério da Educação engavetou um projeto de educação contra a homofobia em escolas públicas, Chequer afirmou que as pressões também afetam “áreas da educação”. O governo deveria, segundo o representante do programa da ONU de combate à Aids, dar mais atenção aos seus próprios especialistas, que “executam seu trabalho em bases científicas”. As declarações foram feitas na abertura do Terceiro Seminário Nacional de Direitos Humanos e DST AIDS, nesta quarta-feira, 13, em Brasília. No momento das críticas, Chequer foi interrompido por aplausos. A seu lado, na mesa de abertura, encontrava-se o diretor-adjunto do Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Eduardo Barbosa O video citado por Chequer e vetado pelo Ministério da Saúde, era destinado a gays na faixa de 15 a 24 anos. Fazia parte de uma campanha mais ampla, com o tema: “Na empolgação pode rolar tudo. Só não pode rolar sem camisinha. Tenha sempre a sua.” Na ocasião, o Ministério da Saúde alegou que o filme não se destinava à rede aberta de TV.
http://blogs.estadao.com.br/roldao-arruda/representante-do-programa-de-aids-da-onu-critica-governo-por-ceder-a-pressoes-de-grupos-religiosos/

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Cientistas questionam ‘cura’ de HIV no paciente de Berlin, Timothy Brown, informa Veja.com

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A única suposta cura de um paciente com HIV anunciada até hoje está sendo questionada por virologistas diante de uma possível recorrência da infecção, informou a Veja.com, ao divulgar relatório publicado em um blog da revista Science.

O americano Timothy Brown foi submetido a um transplante de medula, em 2006, para tratar uma leucemia. O doador, por sua vez, tinha uma incomum mutação genética naturalmente resistente ao HIV. Depois de receber a medula o vírus pareceu ser erradicado do corpo de Brown.

Entretanto, durante congresso científico internacional celebrado na Espanha em 8 de junho, o virologista Steven Yukl, da Universidade da Califórnia em San Francisco, disse que novos exames foram feitos no paciente e mostraram "sinais de HIV” o cientista destacou não poder dizer "com certeza neste momento se houve uma erradicação total do HIV".


Leia a reportagem na íntegra:

Cientistas questionam cura do soropositivo "paciente de Berlim"

Gerard Julien

A anunciada cura, única até agora, do norte-americano Timothy Brown, infectado com o vírus HIV e conhecido como o "paciente de Berlim", gera controvérsia entre virologistas diante da uma possível recorrência da infecção, segundo relatório publicado em um blog da revista Science.

Os cientistas divergem sobre os últimos dados a respeito de Brown apresentados em uma conferência na Espanha na semana passada, destacou um informe postado no blog ScienceInsider.

Em 2006, Brown, um americano soropositivo que na época era residente em Berlim há dez anos, foi submetido a um transplante de medula para tratar uma leucemia que tinha se manifestado três anos antes.

A medula veio de um doador com uma incomum mutação genética naturalmente resistente ao HIV. Uma em cada 100 pessoas caucasianas tem esta mutação que impede que a molécula CCR5 apareça na superfície da célula.

O sofisticado procedimento realizado na Alemanha pareceu erradicar o vírus da imunodeficiência humana adquirida (HIV) do corpo de Brown, o que levou seus médicos a declararem, em artigo na revista científica "Blood", em 2010, que haviam conseguido a "cura do HIV".

Mas, durante congresso científico internacional celebrado na Espanha em 8 de junho, o virologista Steven Yukl, da Universidade da Califórnia em San Francisco, disse que novos exames feitos no paciente mostraram "sinais de HIV", acrescentando desconhecer se estes foram "reais ou (ocorreram) por contaminação" da amostra.

Portanto, o cientista destacou não poder dizer "com certeza neste momento se houve uma erradicação total do HIV", segundo o informe do ScienceInsider.

Alguns cientistas interpretaram, no entanto, que Yukl disse que a cura do HIV não tinha sido alcançada e que Brown poderia, inclusive, ter se reinfectado com o vírus da aids.

O renomado especialista em Aids Alain Lafeuillade, do Hospital Geral em Toulon, França, tirou suas próprias conclusões sobre a pesquisa de Yukl, afirmando que os resultados indicavam a presença de HIV no sangue de Brown.

"O chamado "paciente de Berlim" ainda tem vestígios detectáveis do vírus da Aids em seu corpo", escreveu em um comunicado. "E a gente se pergunta se Brown foi reinfectado e poderia infectar outras pessoas", disse o virologista francês.

Yukl e outros cientistas que fizeram o estudo apresentado na Espanha questionaram duramente a interpretação de Lafeuillade.

"Nós não dissemos que o HIV ainda está presente no sangue (de Brown) ou que não estivesse curado", insistiu Yukl. "o propósito da apresentação foi trazer a questão de como definir uma cura da infecção e, neste nível de detecção do vírus, como se pode saber se o sinal é real?", disse.

Com exames específicos do sangue, do plasma e do tecido retal de Brown, Yukl e seus colegas conseguiram detectar fragmentos de DNA do vírus.

Embora Yukl acredite que estes fragmentos sejam uma clara evidência da presença do HIV, Douglas Richman, da Universidade da Califórnia em San Diego, outro pesquisador do grupo, disse não ter encontrado nada suspeito, sugerindo que seus colegas na verdade encontraram contaminantes.

"Se estes exames forem repetidos vezes suficientes, podem ser encontrados, inclusive, sinais da presença de elefantes cor de rosa na água", brincou.

Segundo o blog ScienceInsider, outro laboratório também encontrou anticorpos de HIV no corpo de Brown, mas os níveis foram baixos e descendentes.

O virologista Tae-Wook Chun, do Instituto Americano de Alergias e Doenças Infecciosas, outro pesquisador que trabalhou com Yukl, destacou que sua equipe não tinha isolado vírus nenhum da aids capaz de se replicar. O especialista especulou que Brown poderia ser simplesmente portador de fragmentos genéticos defeituosos e inofensivos do vírus.

Fonte: Revista Veja


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segunda-feira, 7 de maio de 2012

Brasil renova suspensão de patente de remédio contra Aids até 2017

Brasília, 7 mai (EFE).- O Governo brasileiro renovou nesta segunda-feira até 2017 a suspensão da patente do remédio antiaids efavirenz, que pertence ao laboratório americano Merck, informaram fontes oficiais.

O decreto que renova a suspensão do patente, retirada no país há cinco anos, foi assinado pela presidente Dilma Rousseff e publicado hoje no Diário Oficial. A ratificação da medida alega razões de "interesse público".

O efavirenz faz parte de uma mistura de remédios usada contra a Aids, que é distribuída de forma gratuita pelo Governo a partir dos programas contra a doença.

A suspensão da patente foi anunciada pelo Brasil em 2007 em meio a uma disputa de preços. Os valores exigidos pelo laboratório americano eram considerados excessivos pelo Governo e a produção nacional de efavirenz pelo laboratório da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), reduzia para menos da metade o preço cobrado pelo Merck.

A suspensão da patente e fabricação do remédio no Brasil foi adotada dentro dos limites estabelecidos pela Organização Mundial do Comércio (OMC).

Segundo dados oficiais, o efavirenz é usado no país por 103 mil pacientes e a produção da Fiocruz é suficiente para atender essa demanda.

http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2012/05/07/brasil-renova-suspensao-de-patente-de-remedio-contra-aids-ate-2017.jhtm

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sábado, 28 de abril de 2012

Estudo avalia início precoce da terapia contra o vírus HIV

DÉBORA MISMETTI EDITORA-ASSISTENTE DE "CIÊNCIA+SAÚDE" Um estudo envolvendo 35 países e 226 centros de saúde está avaliando os resultados do início precoce para o tratamento contra o HIV. Diferentemente do que se possa imaginar, o paciente nem sempre começa a tomar os antirretrovirais logo após o diagnóstico. A avaliação é feita caso a caso mas, segundo diretrizes do Ministério da Saúde, a terapia para pessoas sem sintomas começa só quando a contagem das células de defesa CD4 cai abaixo de 350 por mm3 de sangue. Há exceções, como gestantes, pacientes com hepatite B ou C, com mais de 55 anos ou com carga viral alta, entre outras condições que pedem tratamento com 500 ou menos células por mm3. A pesquisa "Start", que no Brasil é coordenada pelo Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, e pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), está recrutando soropositivos com contagem de células de defesa acima de 500/mm3. Eles são divididos em dois grupos: um fará o tratamento segundo as diretrizes atuais e o outro já receberá os remédios. Segundo o infectologista Luiz Carlos Pereira Junior, do Emílio Ribas, o instituto já acompanha 96 pessoas e está recrutando participantes. A dúvida sobre iniciar ou não o tratamento tem a ver com os efeitos colaterais causados pelos antirretrovirais. Quando o tratamento com essas drogas começou, diz o médico, a tendência era o início imediato. Depois, quando se observou que os remédios causavam muitos efeitos colaterais, como alterações metabólicas, alta no colesterol, entre outros, os médicos colocaram o pé no freio. "Foram sendo colocados limites. Primeiro, começávamos quando a contagem de CD4 caía a menos de 200 por mm3. Depois, isso foi para 350 e, nos últimos anos, têm surgido evidências de benefício para um início mais cedo." O infectologista Artur Timerman, do Hospital Edmundo Vasconcellos, lembra que pesquisas recentes mostraram que os antivirais reduzem em 90% o risco de transmissão do HIV. "A tendência hoje é tratar independentemente da contagem CD4." Fonte: folha.uol.com.br http://www.grupoamigoscuritiba.blogspot.com.br/

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Fantástico - A descoberta da AIDS (1983)

ONGs denunciam desmonte do programa brasileiro de Aids

MANIFESTO
SOS: Governo Dilma coloca controle social da Aids em risco de extinção
Estamos vivendo uma situação sem precedentes de desmantelamento do controle social da resposta à epidemia de HIV-Aids no Brasil. O sucesso da política brasileira sempre esteve pautado num trabalho conjunto entre Estado e sociedade civil organizada, que não apenas cobrava ações efetivas das autoridades – como foco nos direitos humanos – mas também era protagonista no desenho e implementação das políticas. Que não se enganem os céticos em relação ao papel e importância desses grupos: certamente a crise das associações que trabalham com o HIV e mesmo os grupos de pessoas vivendo com o HIV é a crise da resposta brasileira à epidemia.
Recentemente, importantes organizações dedicadas ao tema do HIV-Aids fecharam suas portas depois de anos de serviço público relevante. A ameaça do fechamento também paira sobre outras organizações históricas que enfrentam crises severas de recursos, mas que não nomearemos aqui em respeito às próprias organizações, que devem decidir o momento e a forma de tornar pública suas situações. Algumas, tais como o Grupo SOMOS (Rio Grande do Sul), o  GAPA de Minas Gerais e o GAPA de São Paulo já comunicaram publicamente a suspensão de atividades.
Embora a atual crise não seja a primeira enfrentada por organizações desse tipo, certo é que essa é diferente, na medida em que é mais severa e mais invisível. Podemos dizer que parte da origem desta crise reflete um recuo financeiro da cooperação internacional que tem sido o modelo base do financiamento das ONGs neste campo no país. A origem deste recuo tem por base dois fatores fundamentais – a crise financeira internacional dos países desenvolvidos e a nova projeção do Brasil no cenário internacional, que coloca o país nopapel de doador de recursos e não mais receptor – causando uma falsa percepção de queos problemas internos estão resolvidos.
Vale dizer que esse recuo não afeta apenas as ONGs que atuam no campo do HIV-Aids, e sim boa parte das ONGs brasileiras que dependiam desse modelo de cooperação internacional para prestar um valioso papel na defesa do interesse público e na luta por políticas públicas que universalizem direitos e cidadania no país.
Apesar de terem sido fundamentais para a realização de eventos históricos como a Cúpula dos Povos durante a ECO 92 e o Fórum Social Mundial, além de terem conquistado o direito de participar de diversas negociações internacionais, entre outros feitos, as ONGs brasileiras estão cada vez mais reduzindo suas equipes e frentes de atuação por falta de recursos. Isso significa que as muitas contribuições e conquistas realizadas em anos de luta estão sendo retribuídas com silêncio e abandono, ao invés de um debate público que proponha alternativas reais para a sobrevivência dessas organizações.
Recentemente, dados evidenciam o aumento da ajuda internacional do governo brasileiro, incluindo ações humanitárias e contribuições ao sistema ONU, equivalentes a US$ 1,4 bilhão nos últimos cinco anos. Não obstante a importância das doações brasileiras a países e populações mais vulneráveis, é inaceitável que organizações locais fechem as portas e deixem de atender aos brasileiros e brasileiras e, sobretudo, estejam impedidas de monitorar, cobrar, construir em colaboração e fiscalizar a execução de políticas em saúde com recursos públicos. A quem interessa essa debilidade da sociedade civil organizada?
O aumento do PIB brasileiro, que passa até mesmo o do Reino Unido, como sinônimo de desenvolvimento é uma premissa simplista e conveniente. Excluem-se da equação a renda per cápita, as fortes desigualdades internas, as situações de extrema exclusão de parte da população e a manutenção de vulnerabilidades sociais – terreno fértil para a concentração da epidemia de AIDS em seu seio. O Brasil que brilha nos salões de Genebra e Nova Iorque certamente não é o mesmo com o qual lutamos todos os dias, com suas incoerências, injustiças e inadequações. Por isso ocupa o 81º lugar no índice de desenvolvimento humano.
Além da crise financeira, a outra face da moeda é a notória crise política. No campo do HIV-Aids podemos dizer que o diálogo da sociedade civil com o Estado vem se deteriorando e chega agora a um momento crítico. O agravamento teve seu ápice nos últimos meses, no que a imprensa tem chamado de “clima anti-ONGs”. Não recuperamos em nossa memória recente um período de tamanho distanciamento entre o Ministério da Saúde e a sociedade civil brasileira.
Concretamente podemos citar o recente episódio de censura da campanha de prevenção para o carnaval de 2012 – orientada a homossexuais – cujo veto partiu unilateralmente do Poder Executivo; a negociação e assinatura de contratos de transferência de tecnologia de medicamentos para HIV com empresas transnacionais farmacêuticas sem transparência e na contra-corrente da histórica posição brasileira de uso das flexibilidades de proteção da saúde pública da Lei e Patentes; os episódios seqüenciais de desabastecimentos de medicamentos antirretrovirais cujas causas não foram adequadamente esclarecidas e a perceptível (e inexplicável) ausência e clara exclusão de organizações da sociedade civil brasileira na Conferência Mundial de Determinantes Sociais de Saúde, organizada pelo Brasil em 2011.
Ademais do esgarçamento das relações da sociedade com o Ministério da Saúde, assistimos perplexos ao visível desmonte do Departamento de DST AIDS. Embora haja uma clara preocupação em desfazer essa impressão, notamos o desligamento do Departamento de um número expressivo de pessoas classicamente envolvidas na luta contra a AIDS no país. As causas são obscuras, e também merecem esclarecimento.
A invisibilidade da crise das ONGs anti-AIDS e a supressão de sua importância encontra lastro na suposta incorporação nas políticas públicas de todas as demandas da sociedade; no argumento de que as ONGs se desvirtuaram e servem hoje apenas de instrumento de desvio de dinheiro público e na aceitação pacífica da crença de que o Brasil está em pleno desenvolvimento. Nesse contexto, a participação da sociedade civil organizada não seria um elemento supérfluo, anacrônico?
Para responder a essa pergunta faz-se necessário recuperar um pouco dos ensinamentos de precursores da inteligência brasileira sobre HIV-Aids e Direitos Humanos. Há mais de vinte anos, a solidariedade foi o elemento que orientou a resposta brasileira à epidemia no país e ela não era apenas vista como um elemento de luta contra preconceitos e estigmas, mas também como um princípio fundamental para a mobilização. Como dizia o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, a Aids não é um problema apenas de saúde, restrito àqueles que vivem com HIV e aos profissionais de saúde, mas sim um problema  social que deveria ser enfrentado por diferentes segmentos da sociedade e não somente com ações diretas de saúde, mas também com políticas sociais.
Àquela época, o Brasil se encontrava no processo de redemocratização. Na aprovação da Constituição Cidadã, o direito à saúde foi incorporado e definiu as bases para o sistema público de saúde regido pelos princípios da universalidade, equidade, integralidade e controle social. Tal contexto possibilitou sinergias na luta travada no campo do HIV contra o que Herbert Daniel, outro ícone da luta contra a Aids, chamava de ‘morte civil’.
Nos vinte anos da morte de Herbert Daniel, poderíamos dizer que emerge hoje um novo conceito de “morte civil”. Àquela época significava uma restrição de direitos civis durante a própria vida em função da infecção pelo HIV. Hoje, podemos considerar a ‘morte civil’ como este sufocamento do princípio basilar do SUS: o controle social.
Se antes a ‘morte civil’ acontecia em decorrência da Aids, hoje ela é causadora da Aids, pois sem controle social efetivo, menores são as possibilidades de garantia de direitos para os excluídos, justamente os mais vulneráveis à infecção e para os quais a Aids se torna cada vez mais uma conseqüência da própria condição de exclusão social.
Sabemos do papel histórico dos movimentos sociais na construção da cidadania no Brasil. A preservação dos princípios do SUS é uma luta constante e em permanente construção. A restrição de um de seus princípios, como o controle social, certamente afeta os demais e, por que não dizer, afeta todo o processo democrático.
Como dizia Betinho, não cabe às ONGs brasileiras acabar com ou pretender substituir o Estado, mas colaborar para a sua democratização. Muitas ONGs que trabalham com HIVAids têm feito isso com dedicação há pelo menos trinta anos e não é por outro motivo que o programa de Aids do Brasil é considerado um dos melhores do mundo.
Enquanto essas organizações ajudavam a construir as bases desse programa, eram chamadas de parceiras. Agora, quando tentam colaborar de forma ativa para seu bom funcionamento, são sumariamente ignoradas. Além disso, no momento em que o enfraquecimento dessas organizações é mais latente, o silêncio impera. No entanto, as ONGs-Aids ainda têm muito que dizer, fiscalizar, propor e defender. Nem que seja em mensagens coladas em portas fechadas. Não queremos sentir nostalgia dos dias em que o controle social existia de fato, queremos que as autoridades que agem com descaso frente ao desmantelamento desse princípio sintam vergonha proporcional à ofensa que isso representa à democracia brasileira e à todos que lutaram por ela.

http://www.viomundo.com.br/denuncias/ongs-denunciam-o-desmonte-do-programa-brasileiro-de-aids.html

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Contaminação da Aids aumenta na América Latina por falta de prevenção

O número de mortos pela Aids na América Latina diminuiu devido ao maior acesso ao tratamento antirretroviral, mas a contaminação continua aumentando pela falta de programas de prevenção, informou nesta quinta-feira o Programa da ONU sobre a Aids (Unaids).
“Para cada pessoa em tratamento temos duas novas infecções. Assim nunca acabaremos com a doença. Claro que é preciso evitar as mortes, mas mais importante ainda é prevenir o contágio”, disse nesta quinta-feira à Agência Efe o diretor regional para a América Latina da Unaids, César Núñez.
Dois terços do investimento para combater a epidemia na América Latina são destinados ao tratamento, e o restante à prevenção. “Além disso, esses programas se dedicam quase que exclusivamente à população mais afetada: homossexuais, prostitutas e usuários de drogas”, indicou Núñez.
Para ele, os programas de prevenção deveriam ser mais amplos e abranger todas as pessoas, principalmente os mais jovens, que parecem ter perdido o medo da Aids. “Segundo a Comissão Econômica Para a América Latina e o Caribe (Cepal), 25% dos partos na América Latina são de menores de 17 anos, o que significa que os jovens fazem sexo sem proteção. Embora seja um dado indireto, nos mostra que eles são passíveis de contaminação. É óbvio que falta informação e educação sexual”, explicou.
Estima-se que a cada ano ocorram na região 100 mil novas infecções. O número de pessoas com o vírus do HIV aumentou de 1,3 milhão, em 2001, para 1,5 milhão em 2010. Desse total, 36% são do sexo feminino, um número que aumentou dramaticamente nos últimos dez anos, já que em 2001 para cada dez homens infectados havia uma mulher.
Uma das razões que explicam esse crescimento da contaminação entre as mulheres é que elas são contaminadas por seus maridos ou parceiros que tiveram relações não seguras com prostitutas, ou em muitos casos, com outros homens. O principal foco de transmissão na região são os homens que mantêm relações com outros homens sem proteção. “Na América Latina, o estigma contra os homossexuais permanece. Por isso a prática continua sendo escondida em muitos lugares, e esses homens contaminam suas esposas ou parceiras”", disse Núñez.
O Panamá e a Nicarágua foram os últimos países latino-americanos a abolirem leis homofóbicas, em 2008. “Mas o estigma social continua, por isso é preciso fazer campanhas que combatam a discriminação, o que ajudará na luta contra a doença”, especificou Núñez.
De acordo com os dados disponíveis, entre 3% e 20% dos homens latino-americanos têm relações sexuais com outros homens ao longo de sua vida. Dependendo do país, entre 32% e 78% dos homens que fazem sexo com outros homens também mantêm relações com mulheres, e entre 1,7% e 41% são casados.
Atualmente, 64% da população infectada têm acesso a tratamento, algo que precisa melhorar, já que em muitos casos “chega tarde demais, quando a doença já se desenvolveu”.
Núñez destacou um problema que, apesar de estar melhorando, ainda persiste: a falta de planejamento, que gerou a ausência de remédios em países que inclusive são produtores de genéricos, como o Brasil.

Dados sobre Aids sugerem avanço no controle da doença

O Brasil aparece como um dos grandes destaques no relatório anual do Unaids, o programa das Nações Unidas dedicado ao combate à Aids, apresentando quadro no qual entre 60% e 79% dos infectados com o vírus têm acesso a tratamento. Divulgado na última segunda-feira, o levantamento indica que o governo brasileiro tem investido seus recursos adequadamente nos lugares certos, adotando as estratégias mais corretas. Por isso mesmo, é tido como exemplo a ser seguido por outras nações a iniciativa brasileira voltada ao acompanhamento de pacientes acometidos pela doença.



Ainda de acordo com o Unaids, o Brasil encontra-se na vanguarda em termos de garantia ao acesso à prevenção do HIV e a serviços de tratamento para os mais vulneráveis e marginalizados. Tudo isso, é bom deixar claro, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), tão execrado por quem geralmente não conhece a fundo como se dá o seu funcionamento. Somente em 2008, cita o documento da ONU, foram investidos US$ 600 milhões de na prevenção e tratamento da Aids em nosso País. A situação do Brasil é emblemática, mas as informações trazidas no documento da Unaids sugerem também avanços no que diz respeito ao combate à doença em outras partes do mundo.



Segundo a ONU, os números de novas infecções continuam diminuindo e mais pessoas recebendo tratamento, estimando-se que no ano passado medicamentos salvaram a vida de cerca de 700 mil soropositivos. Diante disso, cada vez mais se aventa a possibilidade de avanços que permitam o controle considerável dos registros de casos. Mesmo com os dados positivos, porém, ainda é grave a situação verificada na África Subsaariana, que continua a ser a região mais afetada pelo HIV. No ano passado cerca de 68% das pessoas infectadas com o vírus viviam nesta região.



É óbvio que é cedo para baixarmos a guarda em relação à doença. Muito ao contrário, devem-se agora, principalmente, serem consolidados os avanços registrados. O mundo caminha célere para boas novas no âmbito do HIV, mas para que isso se concretize, nunca é demais reforçar a prevenção por meio da informação. Se os dados revelados pela ONU nos colocam números positivos, são poucos, enquanto o homem não tiver o controle total dessa enfermidade que tantas famílias já enlutou pelo mundo.

Fonte: O Povo.com

http://www.aidshiv.com.br/dados-sobre-aids-sugerem-avanco-no-controle-da

Casos de Aids entre idosos dobram em dez anos

Casos de Aids entre idosos dobram em dez anos
Maria Luísa¹, 78, conta que pegou o vírus da Aids com seu segundo marido - que se tornou soropositivo, segundo ela, durante um caso com outra mulher. Maciel¹, 68, diz que contraiu a doença durante uma relação sexual desprotegida, segundo o próprio.



Os dois fazem parte de uma população que, segundo dados do Ministério da Saúde, está crescendo rapidamente: a de pessoas com mais de 50 anos diagnosticadas com o vírus HIV. Em 2000, 8,64% dos diagnósticos de HIV foram de pessoas nessa faixa etária; em 2010 (até 30 de junho), a fatia chegou a 17,23%.



Para o médico Jean Carlo Gorinchteyn, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, localizado em São Paulo, existem várias possibilidades para explicar o aumento da doença entre os novos velhos. Uma delas seria o fato de a doença ser associada à juventude. "As campanhas publicitárias usam personagens jovens, linguajar jovem, o que faz com que esse público se identifique como um grupo de risco, enquanto os mais velhos se sentem menos vulneráveis." Maciel concorda: "Descuidando, a gente acaba se distraindo e não se prevenindo".



Para Eliana Bataggia Gutierrez, diretora da Casa da Aids da USP, outro motivo responsável pelo aumento de novos velhos com Aids é o crescimento dos diagnósticos tardios. "Provavelmente, uma parte dessas pessoas já tinha a doença e não sabia." Ela também cita o sucesso dos coquetéis de remédios como um motivo, fazendo com que os pacientes em tratamento ultrapassem os 50 anos de idade.



Na instituição dirigida por ela, que abriga 210 pacientes (sendo 7% com mais de 60 anos), as pessoas estão em tratamento há 14 anos, em média. "A maior parte dos nossos pacientes começou a se tratar há dez, quinze anos, quando não havia remédios muito bons."



Tanto Maria Luísa quanto Maciel estão em tratamento há mais de dez anos. "Eu comecei o tratamento na mesma semana do diagnóstico e posso dizer que hoje não estou doente", diz ela, sorrindo. Eles contam que as únicas pessoas que sabem de suas condições são os familiares. "Dos meus amigos, 99% não sabem da minha situação, eu a omito. Se eles não perguntam, eu não vou ficar expondo (a doença) sem haver necessidade", conta Maciel.



Para Gorinchteyn, os novos velhos sofrem duplo preconceito: contra a doença e contra a idade. "Existem até casos de abandono de pacientes, mas estes estão vinculados, principalmente, ao tipo de relação familiar que existia antes da doença."



CUIDADOS



Para os médicos, o tratamento de pessoas acima dos 50 anos, requer cuidados maiores do que em outras faixas etárias.



"O tratamento é realizado com três drogas ou mais, combinadas ou não, que geralmente estão associadas a uma série de efeitos colaterais. E o indivíduo pode ter problemas que foram agravados pela idade, pela Aids ou por outras medicações", explica Gutierrez.



Gorinchteyn acrescenta que certas doenças, como pressão alta, problemas de colesterol e diabetes - as chamadas comorbidades - podem ser agravadas pelo tratamento. Por isso, o tratamento deve envolver as drogas que apresentarem os menores riscos para os pacientes.



Outro problema é o tempo entre a contaminação e a detecção da doença -segundo Gorinchteyn, o intervalo médio entre os pacientes em geral varia entre cinco e dez anos. Gutierrez completa dizendo que uma parte significativa dos pacientes só descobre que tem Aids quando tem a primeira doença oportunista.



É o caso do sarcoma de Kaposi (um tipo de tumor que ataca a pele e órgãos como o pulmão), da tuberculose e da pneumonia. "Na Casa da Aids, a taxa [de pacientes que descobrem a Aids através de doenças oportunistas] é superior a um terço dos casos."



Para Maria Luísa, enquanto a tão sonhada cura não é anunciada, o futuro reserva uma tarefa muito simples: viver. "Eu não tenho medo da morte, mas gosto de viver. E acho que vou sentir saudades do meu povo quando me for."



¹Os nomes foram trocados para preservar a identidade dos pacientes

http://www.jornalfloripa.com.br/geral/index1.php?pg=verjornalfloripa&id=2065

Cientistas tentam descobrir origem do vírus da aids na África

A origem do vírus HIV é um mistério no mundo inteiro, mais ainda na África, um continente onde a aids continua matando a maioria da população, principalmente as crianças.

Cientistas do Centro Internacional de Pesquisas Médicas de Franceville (CIRMF, em francês), no Gabão, trabalham diariamente tentando descobrir quando e como surgiu uma das maiores pandemias do continente africano.

"O primeiro contágio em humanos ocorreu nos anos 90, mas é possível que já estivesse presente nos macacos há centenas de anos ou desde sempre", indicou François Rouet, responsável do laboratório de Retrovirologia do CIRMF.

Rouet explicou à agência EFE que uma das teorias sobre como o HIV foi transmitido dos primatas aos humanos é que estes últimos tiveram contato com algum animal que morreu por essa doença. "Por isso, uma de nossas principais tarefas é informar à população suscetível de usar esses animais como alimento dos riscos que existem, e, nesse sentido, os casos de infecção por essa via diminuíram", afirmou.

O biólogo, que trabalhou em países como Burkina Fasso e Quênia, se mostrou especialmente preocupado com os casos nos quais o vírus da aids é detectado em pacientes recém-nascidos.

"No centro fazemos exames em mulheres grávidas que têm o HIV e tentamos salvar a vida de seus filhos com um tratamento prévio, mas na maioria dos casos os bebês morrem pouco tempo depois de nascer", disse Rouet.

Ao todo, 160 pessoas, 45% delas gaboneses, fazem suas pesquisas no campus do CIRMF, que está localizado em uma planície de 47 hectares cercada de floresta.

Além dos estudos sobre a aids, o centro conta com laboratórios onde são analisadas outras doenças virais típicas da região, como o ebola e a malária, e recebe a cada ano uma média de 25 estagiários de medicina por seu interesse nesse tipo de pesquisa.

O CIRMF conta ainda com um centro de primatologia, que abriga atualmente 400 primatas, entre eles cinco gorilas e 56 chimpanzés, além de macacos e mandris, a espécie mais significativa no Gabão.

"Não fazemos experimentos com eles, isso é totalmente proibido no país há muitos anos, mas podemos curá-los se chegarem aqui doentes e tentamos reinseri-los em seu ecossistema", ressaltou Jean-Paul González, diretor-geral e cientista do CIRMF.

O especialista esclareceu que a única pesquisa realizada em macacos é de caráter antropológico, para observar seu comportamento e suas relações com outras espécies, e "analisamos seu sangue quando chegam infectados por algum tipo de vírus".

O fato de o Gabão ser um país pequeno - com apenas 1,5 milhão de habitantes - foi decisivo para a construção lá de um centro de pesquisa com essas características.

As origens do CIRMF remontam a 1970 quando, por decisão do ex-presidente Omar Bongo Ondimba, surgiu a iniciativa de construir nas proximidades de Franceville um espaço destinado ao estudo da infertilidade no país.

Inaugurado em 1979, o centro, referência nas pesquisas médicas e científicas para toda a África Central, conta com a mais alta tecnologia nesse tipo de pesquisa.

No entanto, o CIRMF recebe também vários colaboradores internacionais em áreas tão diversas como a arqueologia, a genética e a botânica, que o transformaram em um centro internacional da biodiversidade e o estudo de doenças tropicais.

"Tentamos encontrar uma resposta às doenças, principalmente para aquelas que afetam diretamente a população africana, e nos adaptamos às mudanças que possam surgir, procurando sempre novas soluções", concluiu González.


http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5622683-EI8147,00-Cientistas+tentam+descobrir+origem+do+virus+da+aids+na+Africa.html