sábado, 3 de dezembro de 2011

Incidência de Aids no PR supera média nacional

A taxa de incidência de Aids no Paraná chegou a 19 casos para cada 100 mil habitantes e ultrapassou a média nacional, de 17,9. Os dados preliminares constam no Boletim Epidemiológico Aids/DST 2011, do Ministério da Saúde, divulgado ontem, em Brasília. Em 2009, a taxa paranaense ficou em 19,6, também acima do registrado no País, que foi de 18,8.

O estudo indica ainda que mais da metade dos 100 municípios com maior taxa de incidência (novos casos notificados) de Aids no País ficam na Região Sul. São 28 cidades no Rio Grande do Sul, 18 em Santa Catarina e seis no Paraná.

No Paraná, Pinhais é a cidade com a maior taxa (58,1) para cada 100 mil habitantes, e também aparece na 8 colocação do ranking nacional. Em seguida aparecem Paranaguá (17º), Curitiba (31º), Foz do Iguaçu (50º), Piraquara (68º) e Colombo (91º). No último boletim, divulgado no ano passado, o Estado tinha apenas quatro cidades entre os 100 municípios (Paranaguá, Maringá, Pinhais e Londrina).

Em 2006, com uma taxa de 16,5, foi a última vez em que o Paraná ficou abaixo da média do País (17,3). No total, segundo o Ministério da Saúde, foram registrados no ano passado 1.984 casos de Aids no Paraná. Uma redução em relação aos 2.086 casos de 2009. Somente neste ano, até o mês de junho, já tinham sido notificados 937 casos. Os números de 2011 só serão fechados no próximo ano.

Conforme o Ministério da Sa© úde, em 2010, 559 pessoas morreram vítimas da Aids no Estado. O número é maior do que o registrado no boletim de 2009 (546). No Brasil foram computadas 11.965 mortes, menos casos que o ano anterior, de 12.097. Atualmente, segundo o Ministério da Saúde, estima-se que 630 mil brasileiros vivem com Aids, sendo que a doença é mais comum entre os homens (0,82% da população) que entre as mulheres (0,41%). Outros dados também apontam que a prevalência (estimativas de pessoas infectadas pelo vírus HIV) se manteve estável em 2010: 0,6% da população. A incidência (novos casos notificados) teve leve redução de 18,8/100 mil habitantes em 2009, para 17,9 mil habitantes em 2010.

Apesar do Sudeste concentrar 56,4% dos casos de Aids entre 1980 e junho de 2011 (17,6 casos a cada 100 mil habitantes), a Região Sul tem a maior taxa de incidência, 28,8 casos a cada 100 mil habitantes (acúmulo de 123.069 casos em 31 anos). Os três Estados do Sul estão entre os cinco primeiros no ranking da taxa de incidência entre 1998 e 2010. O Rio Grande do Sul é o primeiro com taxa de 27,7 casos por 100 mil habitantes; Santa Catarina é terceiro com 23,5 casos; e o Paraná ocupa a quinta posição com 15,7 casos.

Segundo a coordenadora do Programa Estadual de Controle de Aids e DST da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), Katia Adriana Moreira, os jovens ainda deixam de se proteger. ''Isso não pode acontecer. Tem informação de sobra, ações educativas nas escolas. Enfim, todo mundo tem conhecimento dos métodos preservativos'', destacou.

Composto sintético dissolve o vírus da Aids e pode servir para gel vaginal

Um composto sintético chamado PD 404.182 é capaz de dissolver as moléculas do vírus da Aids antes de ele contaminar as células sadias, segundo estudo da Universidade do Texas A&M, nos EUA, publicado na revista científica "Antimicrobial Agents and Chemotherapy", da Sociedade Americana de Microbiologia.

Com o rompimento do material genético do HIV, o ácido ribonucleico (RNA) é exposto e o vírus se torna não-infeccioso. Segundo a pesquisadora Zhilei Chen, professora assistente da universidade e responsável pelo trabalho, nesse caso específico o HIV não consegue alterar as proteínas para reforçar sua resistência – algo que até então o tem tornado difícil de tratar.

Embora essa não seja uma cura para a Aids, o PD 404.182 demonstra grande potencial para uso preventivo, especificamente na forma de gel de uso tópico, que poderia ser aplicado no canal vaginal, segundo a autora do estudo.

"Sob a forma de gel, o composto serviria como uma barreira, atuando quase que instantaneamente para destruir o vírus antes que ele possa infectar a célula, o que impediria a transmissão do HIV de uma pessoa para outra", destaca.

Surpreendentemente, Chen e a equipe não tentavam descobrir um modo de combater o HIV. Eles faziam testes moleculares para potenciais terapias medicamentosas contra o vírus da hepatite C, que pode causar uma doença fatal no fígado. Com um sistema de triagem, os pesquisadores examinaram milhares de compostos em busca daqueles que poderiam bloquear o ciclo de vida do vírus da hepatite C.

Os cientistas então testaram o PD 404.182 sobre o HIV, e o composto se mostrou ainda mais eficaz contra o vírus da Aids que contra o da hepatite C. "Acreditamos que esse composto não funcione na proteína viral do HIV, mas em alguma material celular comum a todos os vírus que nós monitoramos”, observa Chen.

Como é o caso de qualquer substância com potencial farmacêutico, vários passos ainda são necessários antes que o composto chegue às prateleiras das farmácias. É preciso fazer diversos estudos com animais e análises químicas para aprimorar a eficácia do PD 404.182. Além disso, Chen quer explorar melhor o mecanismo pelo qual o composto rompe o HIV.

http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2011/12/composto-sintetico-dissolve-o-virus-da-aids-e-pode-servir-para-gel-vaginal.html
http://grupoamigoscuritiba.blogspot.com/

Um portador do vírus HIV fala sobre a dificuldade de falar sobre a doença