sábado, 10 de dezembro de 2011

Aids mata 33 pessoas por dia no Brasil

As mulheres de 13 a 19 anos, os jovens gays e as travestis são os mais vulneráveis”, diz Ministro da Saúde


O Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo divulgaram nesta segunda-feira, dia 28, o novo boletim de Aids e Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST).

Segundo o governo federal, em 2010, foram registradas 11.965 mortes pela doença, uma média de 32,7 (33) óbitos por dia. Em São Paulo estão concentrados 3.141 registros, ou seja, 9 mortes diárias.

Pelos números nacionais, 0,6% da população brasileira convive com o vírus HIV, o que indica que 630 mil habitantes têm o vírus. Em 2010, foram registrados 34.212 novos casos de aids, uma ligeira queda comparado aos 35.979 notificados em 2009.

"Esse boletim nos mostra que mais pessoas vivem com HIV/AIDS e há uma estabilidade de números gerais da epidemia no País”, afirmou durante o evento o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha. “Outro ponto importante que esse boletim nos mostra é que há uma geração, que por não ter vivido o que foi enfrentamento da epidemia na década de 90, que precisa ser focada nas estratégias de prevenção. Há três grupos importantes entre os vulneráveis, as mulheres de 13 a 19 anos, os jovens gays e as travestis”, completou Padilha que fez questão de ressaltar que os “dados mostram que a aids está presente em todo o País, em todos os municípios, em todas as faixas etárias”. “A AIDS não escolhe cara ou paciente".

De mãe para filho

O Brasil reduziu em 40,7% a taxa de incidência de casos de AIDS em crianças menores de cinco anos de idade entre 1998 e 2010, passando de 5,9 para 3,5 casos por 100 mil habitantes. Essa é uma taxa considerada importante pelo Ministério da Saúde para monitorar a transmissão do vírus de mães para filhos – transmissão vertical – já que 85,8% dos casos de AIDS nessa faixa etária acontecem com esse tipo de transmissão.

Para Padilha, esse é um dado importante porque a meta brasileira é eliminar a transmissão vertical até final de 2015, o que significa ter taxa de transmissão menor do que 1%. Hoje, ela está em 3%. “A Rede Cegonha distribui 4,5 milhões de testes rápidos para postos de saúde para que sejam usados durante o pré-natal. Isso reduz o risco de transmissão, porque podemos medicar as mulheres de maneira correta”, afirma.

Mais casos no Rio Grande do Sul

A região Sul apresentou a maior taxa de incidência de casos de AIDS no Brasil em 2010. Foram registrados 28,8 casos novos a cada 100 mil habitantes. As regiões Norte e Sudeste registraram as maiores proporções de casos na sequência: 20,6 e 17,6 a cada 100 mil habitantes. Na região Centro-Oeste, a taxa de incidência ficou em 15,7 e de 12,6 no Nordeste.

A situação do Sul chamou a atenção do Ministério da Saúde. Os estados da região concentram 23% dos casos registrados em 2010, apesar de abrigarem 14,4% da população brasileira. Entre os 100 municípios brasileiros com mais de 50 mil habitantes, os dez primeiros são da região Sul. Porto Alegre lidera a lista, com taxa de incidência de 99,8 casos de AIDS por 100 mil habitantes.

“O que nos chamou a atenção na Região Sul e, especialmente, no Rio Grande do Sul, foi a maior proporção de casos de AIDS em relação à população do Sul do País. Além disso, o aumento de casos identificados a partir dos pequenos municípios. Essa pode ser uma fotografia do passado, porque o diagnóstico é feito dez anos após a contaminação em geral. O que pode explicar um pouco essa situação do Sul é que, há dez anos, era onde havia grande transmissão do HIV por causa do uso de drogas injetáveis”, diz Padilha.

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Soropositivo não revela que tem HIV a parceiro ocasional

Pesquisa mostra que boa parte dos portadores do vírus não se sente à vontade de contar

Rio - O que fazer quando o teste de Aids deu positivo? Equipe da Universidade de São Paulo (USP) analisou o comportamento de homens heterossexuais e bissexuais que recebem o diagnóstico. As conclusões foram publicadas no Caderno de Saúde Pública da Fiocruz: estes pacientes se sentem mais à vontade de revelar que estão com o vírus quando têm uma parceira fixa mulher. E geralmente não conversam com parceiros ou parceiras ocasionais.





De acordo com a pesquisa, heterossexuais com parceiras fixas contam que são portadores do HIV em 92,9% dos casos. Quando a parceira é regular, o número cai para 44% e, quando é eventual, para 10%. Já entre os bissexuais, 88,2% dos que têm parceiros fixos contam aos companheiros sobre o vírus.

“O que mais mata é o preconceito. Há um estigma de que Aids está relacionada a homossexuais e, por isso, homens que têm relações com homens são mais receosos em revelar”, diz a psicóloga Vera Paiva, autora do estudo com Aluisio Segurado e Elvira Filipe.

Outro dado relevante é que os homens tendem a evitar revelar que são portadores de HIV para profissionais do sexo com quem se relacionaram. Segundo a pesquisadora, isso aumenta a contaminação. “Cinco entre cada 100 trabalhadores do sexo são soropositivos. Eles não se protegem e, assim, a epidemia circula”, explica.

Para o assessor técnico do programa de HIV e Aids do Ministério da Saúde, Oswaldo Braga, qualquer prática sexual sem preservativo é de risco. “É fundamental o uso da camisinha. Hoje, existem diversos modelos de tamanho, sensibilidade, cor e cheiro para que a pessoa se sinta confortável com o preservativo”, ensina.

Os soropositivos podem ter vida sexual ativa, desde que usem o acessório. “O importante para todos é usar camisinha com consistência, ou seja, com regularidade e de forma correta, sem o uso de lubrificantes que não sejam à base de água”, disse.

‘Você se sente como bomba’

Participantes relataram as dificuldades com os parceiros por serem portadores do vírus. Leia depoimentos:

“Ela quis fazer sexo sem camisinha. Eu disse não porque queria me prevenir de doenças. Ela disse que não tinha nada. Eu acabei com o relacionamento, não queria contar a ela que era eu quem tinha”.

“Por duas vezes, quando eu disse que era soropositivo, a pessoa não quis mais sair comigo. As pessoas acham que você é promíscuo porque tem HIV. Eu prefiro não me envolver mais para não me machucar”.

“Se a outra pessoa não se proteger, você vai para cama se sentindo quase como a bomba de Hiroshima. Não funciona”.

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sábado, 3 de dezembro de 2011

Incidência de Aids no PR supera média nacional

A taxa de incidência de Aids no Paraná chegou a 19 casos para cada 100 mil habitantes e ultrapassou a média nacional, de 17,9. Os dados preliminares constam no Boletim Epidemiológico Aids/DST 2011, do Ministério da Saúde, divulgado ontem, em Brasília. Em 2009, a taxa paranaense ficou em 19,6, também acima do registrado no País, que foi de 18,8.

O estudo indica ainda que mais da metade dos 100 municípios com maior taxa de incidência (novos casos notificados) de Aids no País ficam na Região Sul. São 28 cidades no Rio Grande do Sul, 18 em Santa Catarina e seis no Paraná.

No Paraná, Pinhais é a cidade com a maior taxa (58,1) para cada 100 mil habitantes, e também aparece na 8 colocação do ranking nacional. Em seguida aparecem Paranaguá (17º), Curitiba (31º), Foz do Iguaçu (50º), Piraquara (68º) e Colombo (91º). No último boletim, divulgado no ano passado, o Estado tinha apenas quatro cidades entre os 100 municípios (Paranaguá, Maringá, Pinhais e Londrina).

Em 2006, com uma taxa de 16,5, foi a última vez em que o Paraná ficou abaixo da média do País (17,3). No total, segundo o Ministério da Saúde, foram registrados no ano passado 1.984 casos de Aids no Paraná. Uma redução em relação aos 2.086 casos de 2009. Somente neste ano, até o mês de junho, já tinham sido notificados 937 casos. Os números de 2011 só serão fechados no próximo ano.

Conforme o Ministério da Sa© úde, em 2010, 559 pessoas morreram vítimas da Aids no Estado. O número é maior do que o registrado no boletim de 2009 (546). No Brasil foram computadas 11.965 mortes, menos casos que o ano anterior, de 12.097. Atualmente, segundo o Ministério da Saúde, estima-se que 630 mil brasileiros vivem com Aids, sendo que a doença é mais comum entre os homens (0,82% da população) que entre as mulheres (0,41%). Outros dados também apontam que a prevalência (estimativas de pessoas infectadas pelo vírus HIV) se manteve estável em 2010: 0,6% da população. A incidência (novos casos notificados) teve leve redução de 18,8/100 mil habitantes em 2009, para 17,9 mil habitantes em 2010.

Apesar do Sudeste concentrar 56,4% dos casos de Aids entre 1980 e junho de 2011 (17,6 casos a cada 100 mil habitantes), a Região Sul tem a maior taxa de incidência, 28,8 casos a cada 100 mil habitantes (acúmulo de 123.069 casos em 31 anos). Os três Estados do Sul estão entre os cinco primeiros no ranking da taxa de incidência entre 1998 e 2010. O Rio Grande do Sul é o primeiro com taxa de 27,7 casos por 100 mil habitantes; Santa Catarina é terceiro com 23,5 casos; e o Paraná ocupa a quinta posição com 15,7 casos.

Segundo a coordenadora do Programa Estadual de Controle de Aids e DST da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), Katia Adriana Moreira, os jovens ainda deixam de se proteger. ''Isso não pode acontecer. Tem informação de sobra, ações educativas nas escolas. Enfim, todo mundo tem conhecimento dos métodos preservativos'', destacou.

Composto sintético dissolve o vírus da Aids e pode servir para gel vaginal

Um composto sintético chamado PD 404.182 é capaz de dissolver as moléculas do vírus da Aids antes de ele contaminar as células sadias, segundo estudo da Universidade do Texas A&M, nos EUA, publicado na revista científica "Antimicrobial Agents and Chemotherapy", da Sociedade Americana de Microbiologia.

Com o rompimento do material genético do HIV, o ácido ribonucleico (RNA) é exposto e o vírus se torna não-infeccioso. Segundo a pesquisadora Zhilei Chen, professora assistente da universidade e responsável pelo trabalho, nesse caso específico o HIV não consegue alterar as proteínas para reforçar sua resistência – algo que até então o tem tornado difícil de tratar.

Embora essa não seja uma cura para a Aids, o PD 404.182 demonstra grande potencial para uso preventivo, especificamente na forma de gel de uso tópico, que poderia ser aplicado no canal vaginal, segundo a autora do estudo.

"Sob a forma de gel, o composto serviria como uma barreira, atuando quase que instantaneamente para destruir o vírus antes que ele possa infectar a célula, o que impediria a transmissão do HIV de uma pessoa para outra", destaca.

Surpreendentemente, Chen e a equipe não tentavam descobrir um modo de combater o HIV. Eles faziam testes moleculares para potenciais terapias medicamentosas contra o vírus da hepatite C, que pode causar uma doença fatal no fígado. Com um sistema de triagem, os pesquisadores examinaram milhares de compostos em busca daqueles que poderiam bloquear o ciclo de vida do vírus da hepatite C.

Os cientistas então testaram o PD 404.182 sobre o HIV, e o composto se mostrou ainda mais eficaz contra o vírus da Aids que contra o da hepatite C. "Acreditamos que esse composto não funcione na proteína viral do HIV, mas em alguma material celular comum a todos os vírus que nós monitoramos”, observa Chen.

Como é o caso de qualquer substância com potencial farmacêutico, vários passos ainda são necessários antes que o composto chegue às prateleiras das farmácias. É preciso fazer diversos estudos com animais e análises químicas para aprimorar a eficácia do PD 404.182. Além disso, Chen quer explorar melhor o mecanismo pelo qual o composto rompe o HIV.

http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2011/12/composto-sintetico-dissolve-o-virus-da-aids-e-pode-servir-para-gel-vaginal.html
http://grupoamigoscuritiba.blogspot.com/

Um portador do vírus HIV fala sobre a dificuldade de falar sobre a doença