terça-feira, 26 de julho de 2011

Antirretroviral pode reduzir risco de infecção pelo HIV, destaca imprensa

Os principais jornais e sites destacaram dois estudos apontando que o uso de antirretrovirais pode reduzir pela metade a chance de infecção pelo HIV entre os heterossexuais.

A Agência de Notícias da Aids divulgou as pesquisas nesta quarta.



Comprimido diário pode reduzir risco de infecção pelo HIV
Dois estudos feitos na África, apresentados ontem, mostram que o uso de remédios antirretrovirais reduz o risco de infecção entre casais heterossexuais. Os resultados somam-se às evidências crescentes de que os medicamentos prescritos desde os anos 1990 para tratar pessoas com aids também podem reduzir as chances de infecção.

Em novembro do ano passado, um estudo feito no Brasil pela Fiocruz, em parceria com a USP e a UFRJ, usando o remédio Truvada, já havia mostrado resultados semelhantes em homossexuais.

O maior dos dois novos estudos examinou 4.758 casais no Quênia e em Uganda, em que um dos parceiros era HIV positivo e o outro, negativo.

Os parceiros negativos que tomaram o Tenofovir registraram uma média de 62% de infecções a menos.

Para os casais que tomaram o Truvada, que combina o Tenofovir e o Emtricitabine, o risco de infecção foi reduzido em 73% no ensaio clínico, feito por pesquisadores da Universidade de Washington.

A segunda pesquisa, envolvendo pouco mais de 1.200 homens e mulheres em Botsuana, descobriu que tomar um comprimido do Truvada por dia reduziu o risco de infecção pelo HIV em 62,6%.

"Os resultados divulgados agora são muito importantes e corroboram estudos anteriores feitos com a população de homossexuais masculinos e de mulheres com alto risco de adquirir a infecção pelo HIV", diz a infectologista Valdiléa Veloso, da Fiocruz, que liderou o estudo feito no Brasil em 2010.

Ressalvas
Mas Veloso diz que, como esses estudos foram feitos em populações com alto risco de adquirir o HIV, os resultados não podem ser generalizados para a população geral.

Marcelo Freitas, gerente da coordenação de cuidado e qualidade de vida do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, faz a mesma ressalva.

"Na pesquisa, trata-se de um grupo controlado que recebe orientações sobre camisinhae faz testes mensais de HIV. Não dá para dizer qual é a contribuição do remédio, da aderência ao tratamento ou do uso do preservativo."

Freitas diz ainda que não há estimativas do custo-benefício do uso dos antirretrovirais como prevenção.


Fonte: Fonte: Folha de S.Paulo
http://www.agenciaaids.com.br/noticias/interna.php?id=17293

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